Uma rápida pesquisa pelo nome de João Farkas mostra sua intensa relação com o meio ambiente em projetos no Pantanal e na Amazônia. Por isso, o documentário “São Paulo – Uma Cidade Segregada”, que ele rodou este ano, pode parecer uma guinada. No entanto, esse continua sendo um olhar sobre a natureza, com foco em acessibilidade.
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O filme, exibido no canal BandNews neste fim de semana – sábado, às 19h, e domingo, às 12h –, nasceu depois que o fotógrafo se deparou com alguns dados sobre urbanismo. Neste século, pela primeira vez, a humanidade se tornou mais urbana do que rural, com 50% da população vivendo fora do campo.
“Sempre parti do princípio de que as cidades eram um mal necessário e que, a partir disso, a gente precisava cuidar do que sobrou de verde”, afirma Farkas.
Avançando nas pesquisas, viu que o modelo de cidade menos adensada e menos verticalizada que acreditava ser melhor não favorece grande parte da população. “Me dei conta de que estamos defendendo um modelo de cidade muito grande, que não tem condições de dar infraestrutura para as pessoas que moram fora do Centro, além de agredir mananciais em volta da cidade e derrubar matas, porque adotamos esse modelo espraiado, de maneira desordenada”, conta o diretor.
Além de especialistas em urbanização, mobilidade, mercado imobiliário e meio ambiente, o documentário fala com gente diretamente afetada por essa dinâmica, que pode ser bem cruel. É o caso da administradora de sistemas Adriana Ramos, que gasta diariamente seis horas em deslocamento em dez conduções, entre ida e volta, de sua casa, no extremo da zona leste, até o trabalho, na zona sul.
As filmagens foram feitas entre julho e setembro, depois que a capital permitiu o retorno do audiovisual.