Estrelado por Amanda Seyfried, ‘Vozes e Vultos’ entrou no catálogo da Netflix em 29 de abril e pouca gente conhece a história real atrás do filme. Confira!
‘Vozes e Vultos’ parece ser mais um thriller de suspense com direito a acontecimentos paranormais no catálogo da Netflix. Escrito e dirigido por Shari Springer Berman e Robert Pulcini, o filme 2021 é baseado no romance ‘All Things Cease to Appear’, de 2016, de Elizabeth Brundage. O longa é estrelado por Amanda Seyfried e James Norton, que dão vida a Catherine e George Claire, respectivamente.
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‘Vozes e Vultos’ conta a história de um jovem casal que se muda para uma cidade pequena no interior do estado de Nova York em 1980. George Clair (James Norton) e sua esposa Catherine (Amanda Seyfried) estão vivendo felizes, em um apartamento em Manhattan. Catherine tem um emprego que adora, ela é restauradora, mas, a movimentada rotina de cidade grande faz com que George postule um novo emprego e acaba sendo aceito para lecionar em uma pequena faculdade de artes liberais. Ele convence sua esposa de que eles devem se mudar. Com a filha Franny (Ana Sophia Heger) eles se mudam para uma casa no campo que George conseguiu por um ótimo preço. Só há um problema: a casa tem alguns segredos obscuros, e George também.
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As experiências pessoais da autora que inspiraram o livro
Segundo a autora Elizabeth Brundage, a premissa do livro que gerou o filme foi inspirada por um caso de assassinato na vida real e suas experiências pessoais, mais precisamente nas experiências das filhas de Brundage. Quando elas tinham três e seis anos de idade, o marido da autora conseguiu um novo emprego em um consultório médico e a família resolveu se mudar para a cidade onde ele iria trabalhar. Na época, Elizabeth encontrou uma casa antiga que estava disponível para aluguel. Como parecia um bom negócio, a família se mudou para a casa e para a nova cidade.
Foi aí que os acontecimentos estranhos começaram, parecidos com o que acontece na obra de ficção escrita pela autora. Suas filhas começaram a falar sobre crianças que supostamente morreram em casa anos antes em um. No livro e no filme, é a personagem da mãe, vivida por Amanda Seyfried nas telonas, que fica imersa em atividades paranormais e começa a se comunicar com os espíritos. Brundage disse, em entrevista ao site especializado Screen Rant, que suas filhas pareciam conhecer bastante sobre a história da região:
“Eles conheciam detalhes que pareciam além de sua capacidade de fabricar, incluindo os nomes dos fantasmas e detalhes históricos sobre um velho moinho na estrada com água contaminada, etc. Uma noite, minha filha mais nova estava literalmente rindo de algo que parecia estar se movendo ao redor da sala. Ela apontou para isso, rindo, mas eu não conseguia ver. Eu podia apenas sentir, eu simplesmente sabia que algo estava conosco”.
Diferentemente do que acontece com a protagonista do livro e do filme, a autora não descobriu nada sobre os possíveis espíritos que estariam vivendo com eles na casa. Mas isso aguçou a criatividade dela para escrever um livro que, de certa forma, mostrasse uma história que ela queria para si mesma.
O crime da vida real que inspirou a história do livro
A história da personagem principal, Catherine (Amanda Seyfried) foi baseada em um crime real acontecido em fevereiro de 1982. Cathleen Schlosser e James Krauseneck frequentaram a mesma escola e universidade, começaram a namorar e se casaram em 1974. No início de 1982, eles pareciam viver o chamado “sonho americano” da família perfeita: eles tinham uma filha de três anos, Sara, e uma casa em Brighton, no estado de Nova York, perto do trabalho de James como economista na Eastman Kodak.
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Mas, a vida deles foi destruída em 19 de fevereiro de 1982, quando James voltou para casa pouco antes das cinco da tarde e, segundo ele, encontrou a porta da garagem e outra porta próxima aberta. De acordo com o relato de James, havia vidro no chão, e quando ele correu para o quarto da esposa, no segundo andar da casa, encontrou Cathleen com um machado cravado em sua testa. A filha deles estava em outro quarto sã e salva.
Uma audiência de pré-julgamento foi agendada para 4 dias após o assassinato de Cathleen e a estratégia da defesa de James foi dizer que Cathy provavelmente tinha sido morta por Edward Laraby, um criminoso sexual condenado que acabou confessando o assassinato de Cathleen e da professora de música Stephanie Kupchynsky, ocorrido em 1991.
No entanto, as autoridades não acreditaram que Edward tinha matado Cathleen: «Estamos confiantes de que ele não foi o assassino», disse William Gargan, chefe do Departamento de Violência Doméstica do gabinete do procurador distrital do condado de Monroe na época.
Por quase 4 décadas, os investigadores ficaram sem novas pistas do assassinato de Cathleen. Em novembro de 2019, James foi indiciado pelo assassinato da esposa em 1982, mas ele se declarou inocente. O chefe de polícia de Brighton atribuiu as acusações atrasadas a uma tecnologia forense aprimorada que esclareceu a linha do tempo do assassinato, questionando o álibi de James, e esclareceu mais a cena do crime.
“Eu entendo que as pessoas querem uma evidência singular que possa apontar diretamente para James Krauseneck Jr.”, disse o chefe de polícia de Brighton, David Catholdi, ao Tacoma News Tribune. “Mas esse não é o caso”, completou.
Na casa do casal, nenhum outro DNA foi encontrado além do da família. Além disso, pouco antes de sua morte, Cathleen supostamente soube que James não havia concluído seu doutorado e mentiu para seus empregadores (assim como acontece no filme e no livro).
O desfecho da vida real…até agora
Ao contrário do final do filme e do livro inspirado por essa história real, nos quais fica comprovado que o marido realmente matou, James foi libertado sob fiança de US$ 100 mil dólares e aguarda um julgamento que foi adiado por conta da pandemia. Ele tem 69 anos e a próxima audiência está marcada para junho de 2021.