‘Homicídio na Costa do Sol’ já está disponível na Netflix e vai mais além de recriar um caso policial, é sobre como a sexualidade de uma mulher foi usada contra ela para criar a imagem de uma assassina. Veja o trailer.
‘Homicídio na Costa do Sol’ é o mais novo documentário que conta a história real de um assassinato em um dos mais conhecidos destinos turísticos na Espanha, a Costa Del Sol. O documentário tem cerca de 90 minutos e estreou na Netflix dia 23 de junho e reexamina a história de uma adolescente assassinada em 1999, Rocío Wanninkhof, e a mulher que foi injustamente condenada pelo crime. A plataforma ainda não liberou um trailer legendado em seu canal oficial no Youtube, por este motivo há somente uma versão divulgada em outro canal.
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Um crime real
Rocío Wanninkhof era uma residente local da cidade de Málaga de Mijas, na província de Málaga, na costa sudeste da Espanha. Em 9 de outubro de 1999, ela viajou para visitar o namorado, que morava a meio quilômetro de distância. Mais tarde, ela voltou para casa com a intenção de tomar banho e planejou se reunir com seu namorado e amigos em uma feira mais tarde naquela noite.
No entanto, ela nunca foi vista novamente. No dia seguinte, a mãe de Rocío, Alicia Hornos, saiu à procura de sua filha e ela ficou horrorizada ao descobrir seus tênis de corrida e um rastro de sangue no local. Alicia alertou a polícia, que deduziu que ela havia sido assassinada e mais: a polícia suspeitava que ela havia sido arrastada por pelo menos duas pessoas.
Um mês depois, o corpo nu da adolescente foi encontrado 30 km ao longo da costa. Rocío estava desfigurada, esfaqueada e em avançado estado de decomposição.
Uma suspeita foi anunciada pela polícia espanhola: Dolores ‘Loli’ Vázquez. Ela era uma faxineira que anteriormente teve um relacionamento com a mãe de Rocío, Alicia. As duas foram um casal de 1982 a 1988, período durante o qual Loli ajudou a criar os filhos de Alicia.
O relacionamento entre as duas era inclusive relatado pelas crianças, elas diziam na escola ter “duas mães”. Mas, mesmo depois da separação, Loli e Alicia continuaram morando juntas por alguns anos, até que a amizade entre as duas acabou e elas foram morar em lugares diferentes.
Na época, Loli era relatada pela mídia como uma amante desprezada que matou Rocío como um ato de vingança. Ela foi rotulada como uma lésbica “dominante” e “predatória”, conforme mostrado pelo documentário da Netflix e até Alicia se voltou contra sua ex-companheira.
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Julgamento e acusação
‘Homicídio na Costa do Sol’ mostra como a imagem de uma mulher e sua sexualidade foi usada contra ela para formar a teoria para explicar um assassinato que intrigava a polícia espanhola. No documentário, é mostrado que ela tinha um álibi, que foi ignorado pelas autoridades.
Apesar de haver poucas evidências que condenavam Loli, ela acabou sendo considerada culpada por um júri e condenada a 15 anos de prisão. Ela apelou e, enquanto estava na prisão aguardando um novo julgamento, um novo suspeito veio à tona. Loli foi posteriormente absolvida formalmente do crime e libertada da prisão.
O real assassino
A inocência de Loli só foi provada graças a uma constatação chave dentro da investigação de outro crime. Em agosto de 2003, Sonia Carabantes, de 17 anos, desapareceu. Os exames de DNA chegaram à conclusão de que o sangue encontrado na cena do crime de Sonia era compatível com a mostra encontrada no no assassinato de Rocío Wanninkhof.
A análise levou ao expatriado inglês, Tony Alexander King. Posteriormente foi constatado que o homem era criminoso sexual, sua própria esposa o denunciou à polícia, e já havia cumprido seis anos de prisão no Reino Unido na década de 1980 por agredir e estrangular sexualmente cinco mulheres.
Ele foi libertado em 1993 e mudou de nome antes de fugir para a Espanha após ser identificado em um caso no Crimewatch, no qual foi visto ameaçando violentamente um estudante. Ele acabou sendo condenado por ambos os crimes e recebeu uma sentença de 55 anos.