Televisão. Ator fala sobre ‘Mr Corman’, da AppleTV+, história de um professor azarado. Além de protagonizar a série, ele assina roteiro e direção.
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De onde surgiu o roteiro?
Sabe, meio que começou por gratidão. Sinto-me muito grato por tantas coisas. Encontrei uma parceira que amo muito e temos nossos filhos. Eu tenho pais maravilhosos. Eu faço um trabalho que é significativo para mim e estou saudável e seguro. E se minha sorte tivesse sido diferente aqui ou ali? Como seria minha vida? Quando penso no que eu faria se não estivesse no show business, lembro que sou atraído pelo ensino – acho que os professores são heróis. Tive professores incríveis em minha vida que fizeram uma diferença tão grande para mim. Se eu pudesse usar uma varinha mágica, professores seriam celebrados e valorizados muito mais do que artistas.
‘Mr. Corman’ é baseada na realidade, mas também há fantasia nos episódios. Por que isso foi importante para a história?
No início do processo, quando escrevi o primeiro rascunho do roteiro, uma das primeiras pessoas a quem o mostrei foi o diretor e roteirista Rian Johnson, que é um bom amigo e artista maravilhoso. Ele disse que adorou como era realista e fundamentado, mas também disse que me conhecia e que eu adoro quando as coisas ficam ‘bagunçadas’ e eu me divertiria com o formato. A vida real não parece realista às vezes e os sentimentos podem explodir de maneiras que não fazem sentido.
Outro aspecto da vida que o programa explora é a ansiedade. O que você espera que as pessoas tirem disso?
Falei com uma doutora em neuropsicologia sobre os roteiros, ela os leu e deu sua opinião. Achei a contribuição dela realmente valiosa. Uma das perguntas que fiz a ela foi: ‘Qual é a sua maior esperança ou medo de que Hollywood não se engane ao retratar isso?’. Ela disse: ‘Espero que não estigmatize, espero que normalize’. Achei isso muito sábio e é algo que tínhamos em mente – eu, os outros escritores com quem trabalho e a outra diretora, Aurora Guerrero. Espero que isso possa normalizar a ansiedade até certo ponto e tentar aliviar alguns dos estigmas que existem. Uma das coisas sobre as quais ela falou foi que muitas pessoas não se sentem confortáveis em falar sobre esses sentimentos que têm, sentem que isso deixaria os outros desconfortáveis ou que outros pudessem julgar. Então, se ‘Mr. Corman’ pode contribuir de alguma forma para iniciar uma conversa, seja porque alguém se identificou com algo que viu no programa, ou achou que foi surpreendente, ou mesmo se achou engraçado… porque eu não sei, mas na minha vida eu dou risada de algumas coisas sombrias. Se eu puder ajudar a aliviar o estigma e ajudar as pessoas a falar sobre isso ou como a médica disse, normalizá-lo, isso, para mim, seria muito gratificante.