E não me chame de maluca! Filme ‘L.O.CA. – Liga das Obsessivas Compulsivas por Amor’, protagonizado por Mariana Ximenes e produzido por equipe feminina, discute e ‘reduz danos’ de comédias românticas
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Boy lixo, Chernoboy e embuste são só alguns termos correntes para designar homens que não são muito leais nos relacionamentos que estabelecem. Mentem, traem, chamam a ex de louca para a próxima parceira para justificar o término e assim a vida segue. As comédias românticas assim nos ensinaram. Mas que tal parar esse ciclo? Essa é a proposta de “L.O.C.A. – Liga das Obsessivas Compulsivas por Amor”, um longa divertido todo produzido por mulheres, disponível via streaming no Telecine Play.
“Já fomos chamadas de loucas. Mas o louca agora é a gente reagindo às pessoas que querem nos fazer calar. A gente vai reagir. No caso do filme, a gente vai se vingar”, resume Mariana Ximenes, a protagonista Manuela.
“Claro que nós, mulheres reais, não precisamos extrapolar isso, mas precisamos sempre nos colocar, mesmo que de forma carinhosa e elegante”, diz a atriz paulistana.
Com roteiro e direção de Claudia Jouvin (“Um Homem Só”), o filme é produzido por Carolina Jabor (“Boa Sorte”) e tenta falar de limites no amor, com muito humor. Manu é repórter de uma revista feminina às voltas com pautas desencontradas do editor-chefe (Otávio Muller) um tanto machista e dos perdidos do namorado, que também é seu orientador de mestrado, Carlos (Fábio Assunção), bastante empenhado em manter o romance às escondidas.
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Ela conhece Elena (Debora Lamm) durante um incêndio e fica sabendo da existência da tal Liga, uma espécie de Mada (Mulheres que Amam Demais). A jornalista acha que ela e Carlos estão ok, mas vai ao grupo na tentativa de emplacar uma matéria mais interessante do que a que o chefe lhe propõe, já que a revista precisa urgentemente melhorar seu desempenho nas bancas.
No grupo, comandado por uma psicóloga um tanto suspeita (Maria Luisa Mendonça), ela conhece ainda Rebeca (Roberta Rodrigues), dona de um ponto de bronzeamento a jato, que acaba de ser solta após partir para a agressão pesada depois de descobrir mais uma infidelidade do marido (Érico Braz).
As três são muito diferentes entre si, mas descobrem que são extremamente sacaneadas por seus pares e decidem virar a mesa. “Elas fazem o que a gente não pode nem deve fazer. A gente acha graça naquilo porque é exagerado. Quando estivemos oprimidas, nós já tivemos vontade de responder desse tamanho, ser barra pesada assim”, diz Claudia Jouvin.
“Esse termo, relação abusiva, se popularizou agora. As pessoas viviam isso repetidamente, mas não tinha nome. Eu mesma já vivi. Por causa da união de hoje, a gente consegue identificar relações assim melhor”, opina Debora Lamm.