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Prêmio Kindle de Literatura: conheça os cinco autores finalistas

Premiação será entregue em janeiro de 2022

Livro (Reprodução: Pexels)

Os cinco finalistas da sexta edição do Prêmio Kindle de Literatura foram anunciados esta semana pela Amazon e pelo Grupo Editorial Record, responsáveis pela organização da premiação.

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Chegam a última fase as seguintes obras e autores:

  • “A Jurema: Sob o Céu do Sertão”, de Eduardo Soares;
  • “Virgínia Mordida”, de Jeovanna Vieira;
  • “Ciudad Augusta: Uma Distopia Latino-Americana”, de José Manoel Torres;
  • “Xirê das Águas”, de Juciane Reis;
  • “A Filha Primitiva”, de Vanessa Passos.

Os finalistas foram escolhidos entre mais de 2,4 mil obras inéditas. Foram avaliados critérios como criatividade, originalidade, qualidade de escrita e viabilidade comercial.

As cinco obras concorrentes serão avaliadas agora pelo júri especial, composto por Sueli Carneiro (filósofa, escritora e ativista antirracismo do movimento social negro brasileiro), Socorro Acioli (jornalista, escritora brasileira e vencedora do Prêmio Jabuti em 2013) e João Paulo Cuenca (escritor, cineasta e finalista do prêmio Jabuti).

Todos os finalistas serão adaptados para uma versão em audiobook, na plataforma Audible, e serão destaque nas comunicações da Amazon.

O autor vencedor receberá um prêmio de R$ 40 mil em dinheiro e um adiantamento de R$ 10 mil por direitos autorais, para a publicação impressa pelo Grupo Editorial Record, em um de seus selos editoriais.

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Leia a sinopse de cada um dos finalistas:

“A Jurema: Sob o Céu do Sertão”, de Eduardo Soares

Luiz é um jovem cangaceiro que decide deixar para trás a vida de crimes e violência que o cerca. Mas o castigo para desertores é severo. Anna é uma jovem decidida a mudar as coisas na fazenda de seu pai, o homem mais poderoso da região. Um acidente irá fazer com que eles se cruzem e se tornem amigos. Enquanto isso, um homem busca vingança a qualquer preço.

“Virgínia Mordida”, de Jeovanna Vieira

A história é de Virgínia, mas poderia ser de qualquer uma de nós. Talvez seja sua também, porque a violência é esse bolor que envolve as experiências. Em seu romance de estreia, Jeovanna Vieira constrói essa narrativa que tem angústia e afeto no tecido, baseada em acontecimentos reais.

A relação de codependência entre Virgínia e Henrí ganha contraste e relevo conforme conhecemos a trajetória da protagonista. Virgínia é uma mulher improvável de se sujeitar, que se constrói a partir de sua ancestralidade pujante. O romance desvela o percurso dessa relação desmedida, desde a tensão sexual que turva a percepção de Virgínia, passando pela busca de redenções, até que todos os limites sejam ultrapassados.

“Ciudad Augusta: Uma Distopia Latino-Americana”, de José Manoel Torres

Ciudad Augusta: Uma distopia latino-americana é uma ficção que tem como pano de fundo um evento real: o Movimento ¡Evade!, contra a desigualdade social, que sacudiu o Chile no final de 2019 e início de 2020. Um milhão de pessoas foram às ruas. Os protestos se estenderam por meses. Acuado, o governo pactuou reformas. Aceitou mudar a Constituição do país, herança da ditadura militar do general Augusto Pinochet. Como saldo, uma tragédia histórica: mais de 200 manifestantes perderam a visão, alvejados por tiros de balas de borracha disparados pela polícia durante os protestos. A maioria ficou cega de um olho. Alguns perderam os dois olhos. Mas o que teria acontecido se o Movimento ¡Evade! fosse sufocado por um regime ultra-autoritário? E se esse regime decidisse institucionalizar a cegueira como forma de controle dos adversários políticos? Ao modo de Philip K. Dick (que fez uma pergunta parecida em “O homem do castelo alto”), Ciudad Augusta projeta-se 50 anos à frente (para o ano de 2069) e bebe nas grandes distopias do século XX para buscar a resposta. Uma resposta – diga-se já! – melancólica. Porque Ciudad Augusta é uma alegoria sobre o arbítrio do Poder. De todo Poder.

“Xirê das Águas”, de Juciane Reis

Quatro mulheres da mesma família, com faces-fases em encruzilhamento, compõem uma gira, um xirê de águas.

Dasdô teme que o rio tome de volta o que lhe deu, a criança que recolheu das margens do Uyara, a sua filha, Ciça, o seu bem mais precioso.Ziza ainda carrega, décadas após a ruptura, as marcas de seu tórrido amor com José Alexandre, acabando por viver em estado de suspensão, entre a paixão e o dever, o pesar e a família.Yayá se resguardou o quanto pôde em suas preces e benzeduras, apoiando-se nos pilares da fé e do coletivo para prosseguir após a trágica morte do marido. Com a senilidade, espera que o seu legado possa ser passado adiante.Ciça ainda lida com a sensação de abandono, pois desconhece seus genitores, sendo a sua manjedoura o Uyara, o rio para onde sempre retorna.

Acompanhar Dasdô, Ziza, Yayá e Ciça, entre tantas outras personagens enigmáticas desta obra, conduzirá a um passeio por um dos distritos do município de Ibiaçu, o Arraial dos Olhos d’Água, ambos ficcionalmente construídos, mas que poderiam se localizar num contexto interiorano de semiárido baiano. As histórias dessas mulheres se assemelham às que existem ao nosso redor. Poderiam, inclusive, ser as nossas próprias narrativas.

“A Filha Primitiva”, de Vanessa Passos

Um história de amor e ódio, violência e redenção. Ambientada em Fortaleza, A filha primitiva traz luz e sombra para uma geração de mulheres: avó, mãe e filha – unidas pela dor e pelo abandono, separadas pela fé, pelo ceticismo e pelos segredos que guardam. Uma avó negra que esconde quem é o pai da filha. Uma mãe branca que escreve para preencher as lacunas de sua vida e rejeita a maternidade. Um filha que recebe a raiva de mãe para filha e já nasce sentindo a dor de ser mulher. Uma ficção imersa numa crueza de linguagem e calcada no real que transforma uma história de ancestralidade em grande literatura.

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