‘Inventando Anna’, a série da Netflix que conta parte da história da jovem russa Anna Sorokin, acusada e julgada por ter aplicado golpes financeiros em hotéis, bancos, empresários e socialites de Nova York, em 2018, segue fazendo sucesso e bateu a marca de série de língua inglesa mais assistida da Netflix na semana de estreia. A produção ultrapassou a séries como ‘You’, ‘The Witcher’ e ‘Sex Education’.
Anna Sorokin usava o codinome Anna Delvey e, com essa identidade falsa, ela enganou várias pessoas e instituições fingindo ser uma herdeira russa. Bem ao estilo “paga que eu te pago depois”, sabe? Usando essa justificativa ela burlou o sistema financeiro dos Estados Unidos até ser presa em 2018.
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Anna foi julgada e condenada de quatro a 12 anos de prisão e foi liberada em liberdade condicional em fevereiro de 2021. Porém, hoje ela se encontra novamente em uma instituição de privação de liberdade em Nova York porque seu visto venceu e ela agora é responsabilidade do Estado americano.
A psicóloga social Vanessa Bohns, que também é professora associada de Comportamento Organizacional da Universidade de Cornell, analisou o comportamento da real Anna Delvey. Em um artigo para o The Conversation, ela citou inclusive Simon Leviev, que ficou famoso após o documentário ‘O Golpista do Tinder’, também da Netflix.
“Eu vejo as histórias sobre Sorokin e Leviev como exemplos de maus atores que exploram os processos sociais em que as pessoas confiam todos os dias para comunicação e cooperação humana eficientes e eficazes”, escreveu ela.
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Vanessa Bohns além de ser psicóloga é professora e tem um livro publicado sobre nosso surpreendente poder de persuasão. Ela acredita que os golpistas apresentados tanto na série quanto no documentário da Netflix exploram uma característica central da natureza humana: nossa capacidade de confiar nas pessoas.
“Pesquisas mostram que as pessoas tendem a confiar nos outros em vez de desconfiar dele. Há algo profundamente humano nesse impulso. Os seres humanos são criaturas sociais, e confiar uns nos outros está embutido em nosso DNA”, disse a psicóloga.