O ator e apresentador Fábio Porchat se defendeu na última segunda-feira (14) das acusações de pedofilia que tem sofrido nas redes sociais por conta do filme “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola”, de 2017.
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Em entrevista à coluna LeoDias, Porchat fez questão de lembrar que seu personagem no longa é um vilão e que foi contratado para trabalhar na produção, sem qualquer vínculo com a concepção da obra.
“Vamos lá: como funciona um filme de ficção? Alguém escreve um roteiro e pessoas são contratadas para atuarem nesse filme. Geralmente o filme tem o mocinho e o vilão. O vilão é um personagem mau. Que faz coisas horríveis. O vilão pode ser um nazista, um racista, um pedófilo, um agressor, pode matar e torturar pessoas”, afirmou o ator.
Porchat lembrou de outros personagens malvados que marcaram época. “O Marlon Brando interpretou o papel de um mafioso italiano que mandava assassinar pessoas. A Renata Sorah roubou uma criança da maternidade e empurrava pessoas da escada. A Regiane Alves maltratava idosos. Mas era tudo mentira, tá gente? Essas pessoas na vida real não são assim.”
Ainda segundo Porchat, retratar temas polêmicos em produções do audiovisual não é o mesmo que fazer apologia ao crime. “Quando o vilão faz coisas horríveis no filme, isso não é apologia ou incentivo àquilo que ele pratica, isso é o mundo perverso daquele personagem sendo revelado. Às vezes é duro de assistir, verdade. Quanto mais bárbaro o ato, mais repugnante. Agora, imagina se por conta disso não pudéssemos mais mostrar nas telas cenas fortes como tráfico de drogas e assassinatos? Não teríamos o excepcional Cidade de Deus? Ou tráfico de crianças em Central do Brasil? Ou a hipocrisia humana em O Auto da Compadecida. Mas ainda bem que é ficção, né? Tudo mentirinha”, finalizou.
Entenda a polêmica
Danilo Gentili e Fábio Porchat estão sendo criticados pelo filme “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola”, baseado no livro homônimo escrito pelo ex-CQC (Custe o Que Custar) e que conta a história de Bernardo, interpretado por Bruno Munhoz, e Pedro, vivido por Daniel Pimentel, dois adolescentes que decidem seguir um manual de instruções para instalar o caos na escola.
Na trama, Porchat interpreta Cristiano, um pedófilo que tenta abusar dos garotos. “Vamos esquecer isso tudo, deixar isso de lado? A gente esquece o que aconteceu e, em troca, vocês batem uma punheta pro tio”, diz o personagem, que também coloca a mão de um dos meninos em seu pênis na cena.
Danilo, um dos roteiristas do filme, também está no longa na pele do autor do manual para ser o pior aluno de uma escola. Assim como Porchat, vem sofrendo duras críticas. Como resposta, disse que sente “orgulho” de ter conseguido “desagradar” tanto os petistas quanto os bolsonaristas e falou em “falso moralismo”.