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Aos 60 anos, Luiza Brunet relembra agressão de ex-companheiro e abuso sexual na infância

A modelo Luiza Brunet, que completa 60 anos nesta terça-feira (24), falou sobre o início da carreira e relembrou quando se tornou uma ativista em defesa dos direitos das mulheres. Brutalmente agredida pelo ex-companheiro em 2016, ela ainda citou que foi vítima de abuso sexual quando tinha apenas 12 anos.

As declarações foram feitas ao jornal “O Globo”. Questionada sobre a agressão cometida pelo empresário Lírio Parisotto, quando ela teve o rosto desfigurado, quatro costelas e um dedo quebrados, ela lembrou dos sinais que passaram despercebidos na época.

“Vários. A agressão é o ápice. Tiveram violências emocionais, psicológicas e patrimonial. Lírio chegou a falar que se a gente terminasse ninguém ficaria comigo porque ele era fulano de tal e estava me largando. Cheguei a me perguntar se isso era verdade. Fiquei com a autoestima baixa, muito doente. Era uma relação muito desgastante, uma loucura”, relatou ela.

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A modelo disse que o episódio causou mais do que apenas os machucados, mas também doenças: “Emocionais e físicas, como um câncer. Fiz histerectomia total em 2014. Apesar de benigno, o tumor era muito agressivo. Isso acontece porque quando guardamos rancor e outros sentimentos ruins. Seu corpo indica de uma certa forma. Hoje, sozinha, estou saudável por dentro e por fora.”

Luiza destacou que, após a agressão sofrida, não parou mais de trabalhar em prol da defesa dos direitos das mulheres “seja no Brasil ou no exterior”.

A modelo também falou sobre o processo de ser considerada um símbolo sexual para uma ativista em defesa das mulheres. Ela revelou, ainda, ter sido abusada sexualmente aos 12 anos.

“Desde menina, tenho corpo livre. Nasci no interior do Mato Grosso do Sul, minha avó era indígena e meu DNA feminino tem muito a ver com a questão da natureza, da liberdade. Ficava de calcinha o dia inteiro até os 8 anos. Era uma criança realmente livre, talvez tenha sido essa a deixa para a pessoa que me abusou aos 12 anos, quando trabalhava de empregada doméstica no subúrbio do Rio”, relatou.

A modelo também relembrou do início da carreira e disse como se sente em relação a sua trajetória.

“Tenho muito orgulho dessa Luiza. Sempre fui uma menina batalhadora, com meus preceitos, firme em seu propósito. No meu auge como modelo, você não tem noção da quantidade de assédio. Eu aparecia pelada na Playboy, viajava à beça, era madrinha da Seleção Brasileira, um ambiente só com homens… Dá para imaginar. Recebia investidas de jogador de futebol, empresários, mas eu não me corrompi. Não estava procurando dinheiro”, lembrou ela.

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