Guta, papel de Julia Dalavia, chegou no remake da novela “Pantanal” como uma personagem cheia de vontade de viver e querendo tirar a limpo a história de que seu pai, o fazendeiro Tenório (Murilo Benício), tinha uma família fora do casamento.
ANÚNCIO
Mas, 30 anos depois da versão original ser exibida pela TV Manchete, a personagem, que foi vivida por Luciene Adami e chocou a audiência dos anos 1990, parece não fazer mais efeito.
Segundo o doutor em teledramaturgia Mauro Alencar, que foi entrevistado pelo site Zapeando, atualmente ela é vista apenas como uma garota urbana: “Essa personagem contribuiu para que a mulher fosse completamente dona de si, de seu corpo, de sua sexualidade, de sua postura em sociedade”, afirmou o especialista.
Para o especialista, a Guta de 1990 conseguia chocar sem dizer quase nada, apenas com seu corte de cabelo e os looks da personagem de “Pantanal” era vista como além de seu tempo: “A aparência dela é muito simbólica. As madeixas curtas na altura da nuca simbolizavam de imediato uma personagem moderna”, analisa Mauro.
LEIA TAMBÉM: Klebber Toledo, do ‘Casamento às Cegas’, surpreende fãs com novo visual
Vale destacar que ao aceitar viver a personagem Guta, a atriz já sabia dos desafios e das comparações que começariam a surgir: “Naquela época, uma mulher ter a personalidade da Guta, essa liberdade que ela tinha, era muito transgressora. Hoje em dia, ela poderia ser qualquer amiga minha, poderia ser minha mãe, a minha tia”, disse ela, durante a coletiva de imprensa da novela, que aconteceu em março.
Segundo o especialista em dramaturgia, o remake de “Pantanal” pode contar a mesma história de Benedito Ruy Barbosa, mas deveria adaptar algumas personagens para o momento atual: “A história pode ser a mesma, mas o comportamento precisa ser atualizado. O que era transgressor em 1990 passa a ser visto como um ‘discurso social forte’”, opina Mauro Alencar.
LEIA TAMBÉM: ‘Pantanal’: Guta encontra cobra gigante durante sexo e vira assunto na web