O ex-jogador e comentarista Walter Casagrande foi o convidado surpresa do programa “Encontro”, da TV Globo, na manhã desta segunda-feira (13). Em conversa com Fátima Bernardes, ele mostrou seu descontentamento com o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e cobrou uma resposta sobre o desaparecimento do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, no Amazonas. As falas dele repercutiram nas redes sociais (veja abaixo).
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Nesta manhã, a família dos desaparecidos informou que os corpos deles foram encontrados. No entanto, a Polícia Federal ainda não confirma. Casagrande também lembrou da morte da vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018.
“Nós queremos saber quem matou o Dom Phillips e o Bruno Pereira. Não pode ficar como está o [assassinato] da Marielle. Eu quero falar uma coisa como cidadão brasileiro para a família dessas pessoas: o Brasil não é perverso, não é perverso, não é psicopata. O Brasil está assim”, criticou ele.
“Nós temos um governo covarde, mentiroso, perverso e muito cruel. A crueldade está tendo aval. As pessoas não estão mais com medo de serem cruéis. Elas não tem medo de ofender, de serem racistas, homofóbicas, preconceituosas. Está tudo assinado, e com aval. E isso tudo machuca a gente”, lamentou.
O comentarista reforçou as críticas sobre a conclusão da morte de Marielle Franco. “Quando não tem punição, quando se passa mais de anos, isso estimula e encoraja as pessoas. A gente não tem até hoje a elucidação completa [do assassinato da Marielle]”, disse.
Ele destacou que o povo brasileiro é receptivo, principalmente quando se trata de estrangeiros, e disse que as notícias sobre o desaparecimento do jornalista e do indigenista são assustadoras.
“Assusta esse momento. Não é nossa cara. Eu acho que é muito importante não ficar calado, sentado no camarote, assistindo a um filme de terror. Nós estamos participando [dessa história], somos figurantes, temos que falar que não estamos gostando. Dizer: eu quero mudar para filme de romance, de amor”, ressaltou.