Quem cresceu entre os anos 1990 e aos anos 2000, provavelmente vai lembrar: se um filme de comédia ou aventura estava na boca do povo, provavelmente ele tinha participação do ator Brendan Fraser.
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Seu primeiro papel no cinema foi em “O Homem da Califórnia”, uma comédia adolescente de 1992. Antes, já tinha participado de algumas produções como figurante.
A partir de então, ele passou a gravar diversos filmes no mesmo ano. Era comum que ele entrasse em duas ou mesmo três produções por ano.
Com “George, o Rei da Floresta”, ele atingiu outro nível de fama, se tornando um rosto mundialmente conhecido e o queridinho de Hollywood - do cinema à moda, Fraser era a definição de homem do momento.
Tanto que chegou a participar de algumas produções sérias, como “Deuses e Monstros”, filme que ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado em 1999.
Naquele mesmo ano, viria seu principal sucesso comercial e motivo para todos se lembrarem dele até hoje: o primeiro filme da trilogia “A Múmia”.
Contudo, logo o corpo do próprio ator começou a entregar a conta. “Acho que estava tentando demais, de uma forma destrutiva para mim”, lembrou o ator, em entrevista à revista GQ em 2018, sobre seu ritmo de trabalho brutal.
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Em 2001, ele gravava a sequência do bem sucedido filme de aventura egípcio. No ano seguinte, era a vez de “O Americano Tranquilo”. Na sequência, “Looney Tunes: De Volta à Ação”. Até então, 2003 parecia ser apenas somente mais um ano de colher os frutos de bilheterias fartas.
Contudo, foi neste ano em que as coisas começaram a mudar. Após um almoço dos organizadores do Globo de Ouro, o presidente da associação na época, Philip Berk, resolveu cumprimentá-lo e aproveitou a ocasião para beliscar a nádega do ator.
“Sua mão esquerda se estende, agarra minha nádega e um de seus dedos toca meu períneo. E começa a movê-lo. Eu fiquei doente. Eu me senti como uma criança com um nó na garganta. Achei que fosse chorar. Foi como se alguém tivesse jogado tinta invisível em mim”, explicou Fraser.
O episódio de abuso sexual colocou o ator em uma profunda depressão. Além disso, Fraser entendeu que estava sendo boicotado de grandes produções em Hollywood.
Isso porque ele ainda apareceu em “Crash - No Limite”, vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2005, e em outras duas produções infantis: “Viagem ao Centro da Terra” e “Coração de Tinta - O Livro Mágico”. Mas depois disso, pareceu sumir dos olhos do grande público.
Isso não quer dizer que ele tenha desistido de atuar: mesmo após sofrer com o assédio, Fraser permaneceu gravando filmes e participando de séries de TV. A verdade é que o ator nunca sumiu de fato, apenas passou a receber papéis cada vez menores.
Seu retorno aos holofotes aconteceu apenas em 2016, com a série “The Affair”. Em 2018, entrou para o Universo DC na série “Titãs” e seguiu para o spin-off, “Patrulha do Destino” - sua produção mais recente.
Foi em 2018 também que o ator tomou coragem para tornar público o caso de assédio. Ele se juntou aos colegas de atuação no movimento #MeToo, denunciando os assédios morais e sexuais de homens poderosos da indústria cinematográfica estadunidense.
Atualmente, ele está no elenco de “Batgirl”, filme também do Universo DC, e “Killers of the Flower Moon”, longa de faroeste dirigido pelo renomado diretor Martin Scorsese - conhecido por “Taxi Driver” e “O Lobo de Wall Street”.
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