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MP-SP diz que apura vazamento de dados da atriz Klara Castanho enquanto estava em hospital

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) informou que apura a conduta da profissional de saúde que ameaçou vazar dados íntimos da atriz Karla Castanho para a imprensa. A artista, de 21 anos, publicou uma carta aberta na qual contou que foi estuprada, engravidou e entregou a criança para adoção. Segundo ela, enquanto estava no hospital, foi abordada por uma enfermeira que falou sobre um possível repasse de informações para um colunista.

Conforme o relato de Klara, logo após o nascimento do bebê, quando ela ainda estava anestesiada, a profissional de saúde falou sobre o vazamento da história. “A enfermeira que estava na sala de cirurgia fez perguntas e ameaçou ‘imagina se tal colunista descobre essa história’. Quando cheguei no quarto já havia mensagens do colunista”, contou ela.

Depois da repercussão do caso, o MP destacou que instaurou a investigação, que ocorrerá em sigilo.

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Pela lei brasileira, por ter sido estuprada, Klara teria direito a fazer um aborto legal. No entanto, a atriz relatou que preferiu fazer a entrega da criança para a adoção, devidamente assistida pela Justiça, o que é previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Betânia Maria dos Santos, disse, em entrevista à GloboNews, que em casos assim é garantido o sigilo à mãe e, se comprovado que a enfermeira repassou os dados da atriz, ela poderá perder o registro profissional.

“Casos assim devem ser rigorosamente punidos, para que não mais se repitam. Da mesma forma, devem ser execrados comunicadores que deturpam a função social do jornalismo para destruir a vida das pessoas. Vida privada não é assunto público’”, afirmou Betânia, ressaltando que a entidade apura o caso.

O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) também informou que apura as circunstâncias do vazamento dos dados da atriz.

Já a Rede D’Or, responsável pelo hospital em que a atriz foi atendida, informou que foi aberta uma sindicância para investigar a denúncia de Klara.

No texto, divulgado no domingo (26), a instituição diz que “tem como princípio preservar a privacidade de seus pacientes bem como o sigilo das informações do prontuário médico. O hospital se solidariza com a paciente e familiares e informa que abriu uma sindicância interna para a apuração desse fato.”

O caso envolvendo Klara Castanho

Klara Castanho divulgou uma carta aberta na qual revelou ter sido vítima de um estupro. Por conta da violência, ela disse que engravidou e decidiu deixar a criança para adoção. O pronunciamento dela ocorreu depois que a história foi exposta na mídia, mesmo sem seu consentimento, e causou muita repercussão nas redes sociais.

“Esse é o relato mais difícil da minha vida. Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo. Sempre mantive a minha vida afetiva privada, assim, expô-la desse maneira é algo que me apavora e remexe dores profundas e recentes. No entanto, não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que sofri. Fui estuprada. Relembrar esse episódio traz uma sensação de morte, porque algo morreu em mim. Não estava na minha cidade, não estava perto da minha família nem dos meus amigos”, declarou Klara em carta aberta.

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A história começou com um post nas redes sociais pelo jornalista Matheus Baldi, no último dia 24 de maio, no qual ele contou que Klara deu à luz uma criança. A atriz pediu e ele acabou excluindo a publicação, mas a história acabou se espalhando.

Assim, na última quinta-feira (23), a apresentadora Antônia Fontenelle falou sobre o caso, sem citar nomes, durante uma live. Em tom agressivo, ela disse que uma atriz de 21 anos teria engravidado e entregue o bebê para adoção. Ela deu várias dicas, citando que a artista em questão já havia trabalhado na TV Globo e, atualmente, faz parte do elenco de uma série da Netflix. O caso logo repercutiu nas redes sociais e internautas passaram a especular o nome da atriz.

Foi então que Klara decidiu se pronunciar pela primeira vez sobre o assunto através de uma carta aberta publicada em sua rede social.

Depois disso, o colunista Léo Dias, do site Metrópoles, fez um texto falando sobre o caso. Após repercussões negativas sobre a divulgação da história, Lilian Tahan, diretora de redação do portal, retirou a matéria do ar e disse que “o site expôs de forma inaceitável os dados de uma mulher vítima de violência brutal.”

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