Meghan Markle expressou sua desaprovação sobre a decisão da Suprema Corte norte-americana que suspendeu o direito constitucional ao aborto. A decisão ocorreu na última sexta-feria, 24, e retirou um direito assegurado há mais de 50 anos no país: em 1973 a maioria dos juízes entenderam que o direito ao aborto estava implícito no direito de privacidade das pessoas, protegido pela 14° emenda da Constituição.
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Em um texto publicado na revista Vogue, a duquesa de Sussex expressou sua desaprovação: “As mulheres já estão compartilhando histórias de como sua segurança física está sendo colocada em perigo”.
“Mulheres com recursos viajarão para fazer um aborto, aquelas que não podem tentarão fazer um aborto em um risco tremendo. Algumas terão que comprar pílulas abortivas em farmácias não regulamentadas. Outras que estão grávidas e se encontram em uma emergência médica estarão à mercê de médicos e advogados para determinar se um procedimento necessário para salvar sua vida pode ser feito”, explicou a duquesa.
“O que isso diz às mulheres? Isso nos diz que nossa segurança física não importa e, como resultado, não importamos. Mas importamos. As mulheres importam”, continuou Meghan Markle que também descreveu a importância de uma mulher em decidir se quer ou não ser mãe naquele momento, classificando como uma escolha totalmente pessoal: “Penso em como me senti afortunada por poder ter meus dois filhos”.
A decisão da Suprema Corte norte-americana oferece aos estados a decisão de criminalização ou não do aborto. Ou seja, na prática, esse direito saiu das mãos dos cidadãos e está nas mãos dos governos regionais.
Com esta decisão, em pelo menos trezes estados, o abordo vai se tornar ilegal em até 30 dias. Uma segunda onda de proibição deve incluir outros sete estados nos próximos meses. Na prática, estamos falando de que quase metade dos estados americanos vai fechar as clínicas que realizam esse procedimento nos próximos meses.
“Eu sei como é ter uma conexão com o que está crescendo dentro do seu corpo. O que acontece com nossos corpos é profundamente pessoal, que também pode levar ao silêncio e ao estigma, mesmo que muitos de nós lidemos com crises de saúde pessoais”, disse Meghan.
“Também sei como é o aborto espontâneo, sobre o qual falei publicamente. Quanto mais normalizarmos as conversas sobre as coisas que afetam nossas vidas e corpos, mais as pessoas entenderão como é necessário ter proteções em vigor”, continuou a duquesa.
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No artigo da Vogue, Meghan também foi enfática ao falar sobre o papel que os homens precisam desempenhar pela igualdade de gênero e o quanto isso importa para o seu marido, o príncipe Harry. “Os homens precisam ser vocais neste momento e além, porque essas são decisões que afetam relacionamentos, famílias e comunidades em geral”, disse ela.
“Eles podem ter como alvo as mulheres, mas as consequências afetam a todos nós. Meu marido e eu conversamos muito sobre isso nos últimos dias. Ele também é feminista e a reação dele na semana passada foi gutural, como a minha. Eu sei que para muitas mulheres agora, há um sentimento de desespero. Mas, novamente, temos que nos unir e não chafurdar. Temos que fazer o trabalho”, finalizou a duquesa.