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De omissa a artista que mais confronta Bolsonaro; entenda a trajetória de Anitta na política e arte em 4 anos

Embora não tenha se manifestado politicamente em 2018, atualmente a cantora é a que mais ‘bate de frente’ com o mandatório.

Ao alcançar o patamar internacional, Anitta, direto de Honório Gurgel, possui um vasto histórico de investidas elaboradas para a solidificação de sua carreira. Com 29 anos, a cantora adentrou no cenário musical como MC na Furacão 2000, em 2010. Desde então, houve uma crescente em seu sucesso.

Anos depois de conquistar seu espaço no Brasil – e no mundo –, a artista segue colecionando títulos, quebra de recordes e ganhando cada vez mais visibilidade no mercado internacional. De repertório, foi a primeira artista brasileira a se apresentar no palco principal do Coachella, chegou ao topo do Spotify Global com o hit ‘Envolver’ e obteve seu espaço na lista da Billboard na primeira posição.

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Em um apanhado realizado pelo Splash, Anitta traz um foco cada vez mais político e social em suas pautas, usando sua visibilidade e voz acerca de temas que envolvem o país. Ao ser pressionada pelo público em 2018 a se posicionar contra a candidatura de Jair Bolsonaro durante corrida eleitoral, a artista não havia se manifestado à época.

Anitta e a política

Com o passar dos anos, Anitta buscou estudar sobre política para aprender mais. Atualmente, a carioca se tornou uma das artistas que mais confronta o atual presidente, que busca a reeleição no pleito ainda este ano.

Durante o período eleitoral de 2018, o Brasil já se encontrava em um contexto polarizado. Nesta época, o PT, partido que tinha o ex-prefeito Fernando Haddad como candidato, substituindo o ex-presidente Lula, foi abraçado por parte dos cidadãos, enquanto o então deputado federal Jair Bolsonaro, candidato de pautas conservadoras, ganhou apoio do outro lado.

Ao ser cobrada por seus fãs da comunidade LGBTQIAP+ a se posicionar contra Bolsonaro em 2018 e não ter se manifestado, Anitta foi acusada de querer apenas se aproveitar do dinheiro do público. Ao falar sobre o assunto na época, a cantora revelou estar sendo pressionada a fazer algo que não queria, além de ressaltar fazer parte do grupo por ser bissexual.

“Não quero ser obrigada a fazer campanha política quando não foi esse o trabalho que escolhi”, afirmou. “É totalmente incoerente dizer que eu apoio a morte da comunidade LGBTQ+ quando eu faço parte dela. Estaria apoiando a minha própria morte”, completou. Ela ainda ressaltou que havia sido “desrespeitada” e vítima de cyberbullying.

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Busca para entender o cenário

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Com a decisão de estudar sobre política, a cantora buscou ajuda da advogada e comentarista Gabriela Prioli, que hoje se consideram amigas. Em 2020, no programa da Globo, ‘Conversa com Bial’, Anitta contou que aproveitou o confinamento da pandemia para ter aulas com Prioli.

“Na internet as pessoas cobram tanto que a gente tenha uma posição político que fez eu me questionar: ‘como vou ter uma posição se eu não entendo nada do que estão me pedindo? Preciso começar a entender”, declarou a cantora. Ela ainda ressaltou a necessidade de aceitar a própria a própria falta de conhecimento para poder mudar o cenário.

“Quando começaram a me cobrar, fui logo pedir a ela [Prioli] para me ensinar, para que eu pudesse aprender e saber como poderia me posicionar”, continuou. “A Gabriela me ensina os dois lados [direita e esquerda] e eu escolho a minha maneira de pensar”, completou.

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Anitta imergiu no estudo político e passou a fazer lives no Instagram, com a ajuda de Gabriela Prioli, para aprender mais acerca do tema, além de interagir com os fãs que não entendiam muito bem assim como ela.

“Assim como eu não entendia nada de política, tem muita gente que não entende também e não tem acesso à informação, porque o ensino no nosso país é muito complicado. É importante ficarmos informados, pois estamos vivendo em um momento difícil e com muita briga política acontecendo”, disse.

Declarações contra o presidente

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Ao posicionar-se contra o presidente Jair Bolsonaro, além de ter buscado conhecimento sobre o cenário político, Anitta tem virado notícia na imprensa nacional e de fora nos últimos meses, por suas declarações a respeito do mandatório em entrevistas e nos palcos.

A artista bloqueou o presidente em seu Twitter, após Bolsonaro ironizar uma postagem feita por ela sobre o símbolo da bandeira nacional e das cores verde e amarelo. A carioca passou a chamá-lo de Voldemort, o vilão da famosa saga ‘Harry Potter’, para evitar mencionar seu nome diretamente.

Anitta foi convidada recentemente para um bate-papo no talk show mais famoso da TV francesa, ‘Quitidien’, do canal TF1, e teceu críticas ao mandatório brasileiro. De acordo com ela, o presidente não representa os brasileiros.

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Ao cumprir agenda em Portugal por estes dias, a cantora falou com jornalistas e criticou mais uma vez a Bolsonaro, o culpando pelo “clima” de briga no Brasil, pois, para ela, ele “estimula” tal tipo de comportamento. “[Na atualidade] o clima no nosso país é tudo briga, briga, briga. E acho que isso tem muito a ver com quem está comandando a gente”, falou.

Em março deste ano, Anitta movimentou as redes sociais ao incentivar aos jovens a tirarem título de eleitor para terem parte na decisão do pleito de outubro – que, de acordo com o Datafolha, há maior preferência por Lula e maior porcentagem de rejeição a Bolsonaro no meio dos jovens.

Farpas entre o mandatório e a artista

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Anitta teve uma conversa com o astro de Hollywood, Leonardo DiCraprio, e elogio ao artista pelo fato de saber “mais sobre a Amazônia” do que Bolsonaro. Em tom de ironia, o presidente afirmou ter ficado “feliz” pela conversa dos dois, pois é um “sonho de todo adolescente falar com um ator de Hollywood”.

Embora a cantora tenha se posicionado contra o atual presidente, ela ainda não decidiu em quem votará para a presidência nas eleições 2022. Contudo, revelou não direcionar seu voto a Bolsonaro, além de não ficar em silêncio como havia feito em 2018. Ao ser solicitada que votasse em Lula por um internauta, a carioca revelou que irá estudar os candidatos, porém não descartou a possibilidade.

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“Se realmente, conforme o dia D for chegando, o cenário for este de já haver um eleito no primeiro turno, no caso, Lula ou Voldemort, não existem dúvidas que meu voto será no Lula porque eu ainda não estou maluca. Mas se você é a favor da democracia e da liberdade é seu dever respeitar meu direito de querer estudar outros candidatos e esperar para decidir votar de acordo com o que eu acredito”, escreveu.

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