A Ordem dos Advogados do Brasill no Ceará (OAB-CE) entrou com uma representação no Ministério Público para pedir que o órgão apure a conduta de Léo Lins, que fez uma piada com uma criança com hidrocefalia, para verificar a “existência ou não de ilícito penal”. Por conta da repercussão negativa do episódio, o humorista, que integrava o programa “The Noite com Danilo Gentili”, no SBT, foi demitido.
A piada que foi considerada ofensiva foi feita pelo humorista durante shows de stand-up apresentados em várias cidades. Um trecho foi gravado em um vídeo, que viralizou na internet.
“Eu acho muito legal o Teleton, porque eles ajudam crianças com vários tipos de problema. Vi um vídeo de um garoto no interior do Ceará com hidrocefalia. O lado bom é que o único lugar na cidade onde tem água é a cabeça dele. A família nem mandou tirar, instalou um poço. Agora o pai puxa a água do filho e estão todos felizes”, diz Léo Lins no vídeo.
A OAB-CE destacou que piadas como a feita pelo humorista são indignas de serem veiculadas e pediu que o Ministério Público tome providências. “A reiterada falta de sensibilidade e respeito demonstrado pelo artista reafirma que, na busca por momentos de destaque e aplausos, o ser humano pode ser frio e maldoso.”
O presidente da OAB-CE, Erinaldo Dantas, disse em entrevista ao site G1 que a Lei Brasileira de Inclusão veda a discriminação de pessoas com deficiência, assim, a postura de Lins foi irregular e demanda uma apuração para determinar se foi criminosa.
“O referido humorista tem se notabilizado por ‘piadas’ de cunho depreciativo, às quais se fazem necessárias as apurações a fim de que seja verificada a existência ou não de ilícito penal”, explicou.
Repúdio
O “Teleton”, que foi citado na piada, é um programa anual exibido pelo SBT e pela TV Cultura, com participação de artistas de diversas emissoras, para arrecadar fundos para as unidades da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), organização responsável por unidades de saúde em todo o país.
A própria AACD se posicionou a respeito da piada do humorista. “Esse tipo de piada é de extremo mau gosto, capacitista e incabível na sociedade em que vivemos hoje”, afirma a instituição, chamando a atenção para a lei que protege pessoas com deficiência desse tipo de comentário.
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