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‘Encontro’: Filhos de Ewbank e Gagliasso são alvos de racismo; Astrid Fontenelle conta episódio pessoal

Caso contra filhos de artistas ocorreu em restaurante em Portugal e agressora foi presa

O programa “Encontro”, da TV Globo, repercutiu na manhã desta segunda-feira (1º) o ataque racista sofrido pelos filhos de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, em Portugal. Os pequenos Titi e Bless, que são negros, foram alvos de ofensas e xingamentos por parte de uma mulher em um restaurante. Ela foi presa.

O caso ocorreu no último sábado (30). Em entrevista ao “Fantástico”, no domingo (31), os artistas contaram o que aconteceu e Giovanna confirmou que discutiu e chegou a dar um tapa na agressora.

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“Ela começou a xingar as crianças, Titi e Bless, e também uma família de angolanos que estava no restaurante. O Bruno saiu da mesa, foi até o gerente e mandou chamar a polícia. Eu vi uma movimentação estranha, eu vi que a família de angolanos estava um pouco acuada, aí eu comecei a entender que era algo racial. Eram ofensas racistas. Ela dizia ‘pretos imundos, voltem para África’”, relatou Giovanna.

“Ela [agressora] nunca esperava que uma mulher branca fosse combatê-la, como eu fui. Eu sei que como mulher branca, eu indo lá confrontá-la, a minha fala vai ser validada. Eu não vou sair como a louca, a raivosa, como acontece com tantas outras mães pretas que são leoas todos os dias, assim como eu fui nesse episódio, mas que são invalidadas, são taxadas de loucas, como se o racismo não existisse, como se tivesse inventando. O que teria acontecido se fossemos pais pretos? Será que iria ter essa atenção toda?”, lamentou a apresentadora.

Mais casos

O caso foi abordado no “Encontro”, que ouviu uma especialista para falar sobre o crime de racismo. Além disso, a apresentadora Astrid Fontenelle, que é mãe de Gabriel, de 14 anos, também participou da conversa e lembrou que eles também já foram alvo de comentários racistas.

“O racismo é tão maléfico, da última vez fui taxada de mimizenta, está dando showzinho porque é famosa, coisa da sua cabeça, está maluca. Isso tudo ouvi, cara a cara. Tive uma reação parecida com a da Giovanna, parti pra cima. Adoraria ser uma líder pacifista, mas o racismo me impede, é o que me faz sair do sério, me desequilibra completamente porque é inaceitável. Agiria como a Giovanna e gostaria de ter um companheiro que reagisse como o Bruno porque eles fizeram a dupla perfeita: a Giovanna foi a leoa e Bruno o racional chamando a polícia”, disse Astrid.

A apresentadora também lamentou que, se Giovanna fosse uma mulher negra, correria o risco de também ter sido alvo de racismo enquanto fosse reclamar com a agressora. “Se Giovanna fosse uma mulher preta, no mínimo ela seria presa junto”, afirmou.

Astrid continuou dizendo que cansou de ver seu filho sendo alvo de olhares recriminadores ao andar no shopping, por exemplo, apenas pelo fato de ser negro: “Se meu filho entrar numa loja pra ver um celular, um tênis, ele vai ser seguido. Acontece que meu filho já carrega um sobrenome, uma carinha, um tom de pele mais baixo do que Titi e Bless. Tem gente que diz que meu filho é moreninho, meu filho é preto. Só que ele está num patamar social que deixa ele menos preto, isso é muito cruel”, lamentou.

O jornalista Manoel Soares também falou como teve que explicar aos seus seis filhos sobre como eles devem reagir caso sejam vítimas de atos racistas.

“A luta racial não é dos negros, não é nossa, é de toda a sociedade. É complicado quando você é obrigado ao seu filho a fazer o cálculo do racismo, a ensinar ao meu filho como ele deve reagir se for abordado pela polícia, se for perseguido no shopping. Dizendo pra eles que se eles forem vítimas para não reagir. A sua indignação vai ser lida pelo contexto como violência. O corpo negro é um objeto de presunção de culpa”, disse ele.

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Carta de apoio

Astrid contou, ainda, que seu filho viu a reportagem sobre o ataque racista contra Bless e Titi e pediu para escrever uma carta para eles.

“Ele tenta falar pra eles que não é com eles, é com todos, que isso vai acontecer outras vezes, que as pessoas precisam saber o que acontece dentro da cabeça de uma criança. Que a cor da pele não define nada, além de sua beleza”, relatou.

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