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Jô Soares queria ser diplomata, mas paixão pelas artes falou mais alto; confira a biografia completa

Ao longo de toda a vida, ele fez importantes contribuições à TV, teatro, cinema e literatura.

José Eugênio Soares, mais conhecido como Jô Soares, nasceu em 16 de janeiro de 1938 no Rio de Janeiro. Filho do empresário Orlando Heitor Soares e de Mercedes Leal Soares, ele planejava ser diplomata, mas o amor pelas artes falou mais alto.

Jô estudou em colégio interno durante a infância. “Chorava muito. Era uma coisa excessiva, uma coisa de sensibilidade quase gay”, disse em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo, em 2012. O motivo, segundo ele, era o medo de tirar nota baixa e não ter direito a voltar para casa nos finais de semana. Na escola, conquistou o apelido de poeta.

Aos 12 anos, Jô se mudou para a Suíça para estudar e foi justamente no país que o acolheu que passou a se interessar por teatro e shows. Aos 17 anos, voltou ao Brasil, ainda com a ideia de seguir a carreira na diplomacia.

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Aos poucos, porém, foi descobrindo a vocação artística e, em 1954, integrou o filme musical “Rei do Movimento” como ator. Em seguida, Jô Soares participou das produções “De pernas pro ar” (1956) e “Pé na tábua” (1957). Ele teve bastante destaque na chanchada “O homem do Sputnik” (1959), de Carlos Manga.

Estreia na TV

A estreia de Jô Soares na televisão ocorreu em 1958, quando ele participou do programa “Noite de Gala”, na TV Rio. Em seguida, passou a escrever para o “TV Mistério”. Logo depois, Jô fez participações no “Grande Teatro Tupi”, na TV Tupi, ao lado de nomes como Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi, Sérgio Brito e Aldo de Maia.

Em 1960, aos 22 anos, ele começou a trabalhar na TV Record, em São Paulo. Foram 12 anos na emissora, onde ele escreveu para atrações como “La Reuve Chic”, “Jô Show”, “Praça da Alegria”, “Quadra de Azes, “Show do dia 7″ e “Você é o Detetive”.

Um de seus maiores sucessos foi “A Família Trapo”, exibido entre 1967 e 1971 aos domingos, no qual Jô escrevia apenas o roteiro. Mas ele tinha a vocação para atuar e acabou interpretando o personagem Mordomo Gordon. Ele permaneceu no seriado até 1970, quando assinou com a TV Globo, onde permaneceu por 17 anos.

A estreia na nova casa foi no programa “Faça Humor, Não Faça a Guerra”, ao lado de Renato Corte Real. Ambos eram roteiristas e protagonistas da atração. Já em 1973, Jô participou do humorístico “Satiricom” e, em 1977 no programa “O Planeta dos Homens”, onde ele também atuava e escrevia.

E foi em 1981 que ele se desligou para se dedicar ao projeto “Viva O Gordo”, um de seus maiores sucessos. Foi neste momento em que de seus personagens mais queridos ganhou vida: o Capitão Gay,  um super-herói homossexual que usava um uniforme cor de rosa.

Sobre sua aparência, aliás, Jô Soares dizia que os personagens que criava eram muito mais baseados no lado psicológico e no social do que na caricatura pura e simples. “Eu nunca fiz um personagem necessariamente gordo. Eles são gordos porque eu sou gordo.”

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Em 1987, o contrato com a TV Globo teve fim e ele seguiu para o SBT, de Silvio Santos. Lá, ele apresentou o talk-show “Jô Soares Onze e Meia” por 11 anos.

O retorno à Globo ocorreu em 2000, quando ele estreou o também talk-show “Programa do Jô”, que misturava entrevistas, entretenimento e apresentações musicais. Ele foi exibido até 16 de dezembro de 2016, quando ele se afastou da televisão.

Contribuição à literatura

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Jô Soares escreveu cinco livros, sendo que quatro deles são romances: “O astronauta sem regime” (1983); “O Xangô de Baker Street” (1995); “O homem que matou Getúlio Vargas” (1998); “Assassinatos na Academia Brasileira de Letras” (2005) e “As esganadas” (2011).

Além disso, ele atuou com destaque na imprensa, sendo que na década de 1980 escreveu nos jornais “O Globo” e “Folha de S.Paulo” e para a revista “Manchete”. Entre 1989 e 1996, atuou como colunista na revista “Veja”.

Nos palcos

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Já no teatro, ele teve participação marcante em monólogos como em “Ame Um Gordo Antes Que Acabe” (1976), “Viva o Gordo e Abaixo o Regime!” (1978), “Um Gordoidão no País da Inflação” (1983), “O Gordo Ao Vivo” (1988), “Um Gordo em Concerto” (1994) e “Na Mira do Gordo” (2007).

Ele também atuou nos espetáculos “Auto da compadecida” e “Oscar” (1961), com Cacilda Becker e Walmor Chagas. Já como diretor, comandou “Soraia, Posto 2″ (1960), “Os Sete Gatinhos” (1961), “Romeu e Julieta” (1969), “Frankenstein” (2002), “Ricardo III” (2006).

E no cinema

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No cinema, ele participou de 22 filmes. Entre os destaques estão “Hitler IIIº Mundo” (1968), de José Agripino de Paula”, e de “A Mulher de Todos” (1969), de Rogério Sganzerla. Além disso, dirigiu “O Pai do Povo” (1976).

Casamentos e família

Jô Soares foi casado com Flavia Pedras entre 1987 e 1998. Foi ela quem anunciou a morte do ex nas redes sociais nesta sexta-feira (5).

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Além dela, Jô também foi casado com Therezinha Millet Austregésilo, com quem teve o filho Rafael Soares, que morreu em 2014.

Entre 1980 a 1983, ele foi casado com atriz Sílvia Bandeira e, entre 1984 a 1986, namorou a atriz Claudia Raia.

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