O autor de “Todas as Flores”, João Emanuel Carneiro, falou pela primeira vez sobre a retirada do ator José Dumont da novela, que estreia nesta quarta-feira (19) no Globoplay. Segundo o novelista, foi “sorte” ele ter sido preso por armazenamento de pornografia infantil antes de entrar no ar. O artista, que já deixou a cadeia, mas foi alvo de um novo pedido de prisão, foi substituído por Jackson Antunes na trama.
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“Nunca escrevi papéis para atores. Eles têm que se adaptar aos meus personagens. E acho que o timing da prisão desse José Dumont foi até uma certa sorte. Podia ser pior. Podia ter sido com o negócio no ar”, afirmou Carneiro em entrevista ao jornal “O Globo”.
O novelista destacou que não conhecia Dumont pessoalmente e não chegou a ver nenhuma das cenas que ele já tinha gravado para a trama. “Até eu assistir às cenas, os personagens não tem a cara de atores. Eles são o que eu imagino na minha cabeça. Quando começo a assistir, aí realmente ganham o rosto do ator. Para mim, esse cara nunca esteve ali”, ressaltou ele.
José Dumont, de 72 anos, foi preso no último dia de setembro ao ser flagrado armazenando pornografia infantil em seu celular e computador. Policiais encontraram os materiais enquanto o investigavam por causa de um suposto abuso sexual cometido contra um adolescente de 12 anos.
A apuração do caso começou depois que câmeras de segurança do condomínio onde o ator mora, no Bairro do Catete, na Zona Sul do Rio de Janeiro, mostraram ele beijando e fazendo carícias no menor.
A defesa dele nega a acusação e diz que Dumont “se considera” um padrinho do menino e conhecia toda a família dele.
Quando os policiais investigavam o caso, encontraram imagens de sexo envolvendo crianças no celular e computador do artista. Assim, ele foi preso e depois denunciado pelo Ministério Público por adquirir, possuir e armazenar em seu computador e em seu telefone celular fotografias e vídeos contendo cenas de pornografia envolvendo menores de diversas idades. A Justiça acatou a denúncia e o ator virou réu no caso.
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Logo depois, a defesa entrou com um pedido de habeas corpus, alegando que o ator pagaria uma fiança no valor de R$ 40 mil e que colabora com as investigações. A solicitação, no entanto, foi negada pela Justiça. Ele só obteve a soltura no último dia 11.
Soltura
José Dumont deixou a Casa do Albergado Crispim Ventino, em Benfica, Zona Norte do Rio de Janeiro, no Dia das Crianças, 12 de outubro.
“Por unanimidade, concederam parcialmente a ordem, para relaxar a prisão do paciente, determinando-se a imediata expedição de alvará de soltura, mas com imposição substitutiva de cautelares alternativas, nos termos do voto do relator”, escreveu a desembargadora Suimei Meira Cavalieri, presidente em exercício da 3ª Câmara Criminal.
A prisão preventiva foi afastada porque, segundo o Tribunal de Justiça, o ator está sendo processado pelo crime de armazenamento de imagens de cenas pornográficas e, “de acordo com o Código de Processo Penal, não cabe prisão preventiva nessa situação”.
O artista passou a ser monitorado por meio de tornozeleira eletrônica, mas, na segunda-feira (17), a Polícia Civil do Rio de Janeiro, por meio da DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima), voltou a pedir a prisão preventiva do ator.
Segundo o “Extra”, as autoridades alegam que foram reunidas evidências sobre o abuso sexual de um menor de idade e que, em liberdade, ele representa risco a outras crianças e adolescentes.
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