Em “O Rei do Gado”, Glória Pires viveu uma personagem marcante para os fãs da história criada por Benedito Ruy Barbosa. Na trama da Globo, que substitui “A Favorita” no “Vale a Pena Ver de Novo”, a veterana interpretou Marieta/Rafaela.
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Mas, com o retorno à Globo, a famosa garantiu que a novela não foi uma das mais prazerosas que fez ao longo de sua carreira: “As pessoas pensam que é charme, que não quero falar, mas não sei mesmo. Acho que nem o Benedito sabe”, disse ela, durante uma entrevista para a Folha de São Paulo.
Segundo Glória Pires, uma das maiores dificuldades foi desenvolver a personalidade das personagens, já que ela não sabia se era uma mocinha ou vilã: “Parece que a personagem sobre a qual o autor escreve é uma, a que estou fazendo é uma terceira. Muita gente diz que estou má na novela. Não vejo nada de malvado na Marieta”.
Já em sua biografia, a atriz da Globo contou mais um detalhe sobre a criação da personagem de “O Rei do Gado”, novela que volta após 26 anos: “Eu aceitei confiando plenamente em Benedito, porque tínhamos trabalhado em ‘Cabocla’, de 1979. Houve algum problema, porque ele não desenvolveu a personagem como havia falado. É horrível quando você espera algo que não vem”.
Relembre a história da novela
A trama conta a história do romance entre o rico dono de terras Bruno Mezenga (Antonio Fagundes) e a bóia-fria Luana (Patricia Pillar), que são descendentes de duas famílias rivais de imigrantes italianos. Dividida em duas fases, a novela começa em 1943, durante o período de decadência do café.
O folhetim traz Letícia Spiller como Giovanna, que vive sob ostensiva vigilância dos pais, Marieta (Eva Wilma) e Giuseppe Berdinazi (Tarcísio Meira). Na novela, ela é apaixonada por Enrico (Leonardo Brício), filho de Nena (Vera Fischer) e Antônio Mezenga (Antonio Fagundes), inimigos ferrenhos de sua família.
Em “O Rei do Gado”, Antônio Mezenga é um homem determinado, que teve o pai morto na travessia de navio da Itália para o Brasil, no final do século 19, e conquistou sua lavoura de café com muito sacrifício e costuma vangloriar-se de sua origem e obstinação.
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Já Giuseppe Berdinazi, pai de Giovanna, também é imigrante italiano e proprietário de uma fazenda de café. Ele é igualmente passional ao defender seus interesses e, por isso, vive em guerra declarada com o vizinho por causa de uma faixa de terra na divisa das duas fazendas.
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A segunda fase da novela começa em 1996, quando o filho de Enrico e Giovanna já é um rico proprietário de terras e de milhares de cabeças de gado. Bruno Berdinazi Mezenga (Antonio Fagundes), nome que recebeu em homenagem ao tio morto na Segunda Guerra, interpretado por Marcello Antony, é conhecido por todos como o “rei do gado”.
Um dos grandes conflitos, é que ele escolheu o sobrenome Mezenga para sua assinatura, deixando de lado o Berdinazi e a história de sua família materna.
Na trama, ele é obstinado pelo trabalho, embora casado com Léia (Silvia Pfeifer), e pai dos jovens Marcos (Fabio Assunção) e Lia (Lavínia Vlasak), Bruno é um homem solitário, dedicado integralmente aos negócios. Léia, por sua vez, é amante do mau-caráter e interesseiro Ralf (Oscar Magrini).
O debate sobre posse de terra se amplia na trama quando uma das fazendas de Bruno Mezenga é invadida por um grupo liderado por Regino (Jackson Antunes), um sem-terra contrário à violência e à radicalização do movimento, marcando o tom conciliatório do autor em relação à questão.
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