Diferente da série “Bridgerton”, exibida pela plataforma de streaming Netflix, que serviu de inspiração para “Amor Perfeito”, a nova novela da TV Globo, a produção não vai deixar de falar sobre racismo, mesmo buscando “recuperar a história negra apagada”, segundo os autores.
Com o folhetim no ar e muitos personagens em destaque, Duca Rachid, Júlio Fischer e Elísio Lopes Jr, responsáveis pelos textos, refletem que não podem passar pano para a história e, é claro, que o assunto será tratado ao longo dos capítulos.
Segundo o diretor artístico André Câmara, “Bridgerton” ignorou a questão do racismo e da escravização, algo que não acontece na novela da TV Globo: “Isso não poderia acontecer no Brasil. Tínhamos que fazer uma novela que foque no assunto, porque o racismo existe”.
Ele pontua ainda que em “Amor Perfeito”, no entanto, os personagens negros não surgem para debater somente o racismo. Segundo Duca, ao longo da construção da novela das seis, foi possível “descobrir “uma elite negra que foi apagada pela narrativa hegemônica do Sul e do Sudeste”.
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Para a escritora, a novela quer “mostrar o Brasil como ele é”, ou melhor, como ele foi entre os anos de 1930 e 1940, quando a história é contada. Entre os personagens de destaque está Wanda, vivida por Juliana Alves, que chamou a atenção pela caracterização e também pela atuação.
Um detalhe marcante na personagem da ex-BBB é que apesar de usar um penteado característico dos anos 1930 e 1940, época em que a novela se passa, ela manteve tranças no cabelo: “É uma novela que não se nega a mostrar um Brasil que nos foi negado em outras novelas de época”, disse a famosa.
Para ela, “o penteado é de época, mas a novela também permite fazer algumas provocações”, afinal a trama é uma obra aberta e original.
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