O cancelamento da participação de Drake no Lollapalooza Brasil no último domingo (26) pegou os fãs do rapper de surpresa. O artista canadense era a principal atração do último dia de festival, mas desistiu de se apresentar de última hora.
Contudo, não deveria ter sido tão surpreendente assim para seus seguidores brasileiros. O cantor já tinha demonstrado sinais de que não estava aproveitando sua estadia pela América do Sul: em Buenos Aires, por exemplo, Drake reduziu seu show de 1h30 para 45 minutos.
Ele também não permitiu que seu show fosse transmitido pela televisão argentina, além de reduzir algumas músicas pela metade.
Soa familiar?
Em 2019, Drake foi um dos headliners do Rock in Rio. Ele teve o mesmo tipo de atitude por aqui, reduzindo tempo de show e músicas, além de impedir que o Multishow, emissora de TV por assinatura, realizasse a transmissão do espetáculo.
Na época, ele chegou a dar a desculpa de que a decisão seria por conta do clima instável. Boninho, diretor de variedades da TV Globo, desmentiu.
“Muito antes da chuva, já não tinha liberado o show. Mandou seu light designer embora, deu piti geral. Simplesmente não quis liberar”, revelou Boninho.
Como o diretor observou, o engenheiro de luz e áudio foi demitido horas antes do show no Rock in Rio. Sem luz adequada, o rapper chegou a ficar no escuro em alguns momentos do show, impedindo que fãs no próprio Parque Olímpico conseguissem enxergar.
E não foi só: pediu que a tirolesa do festival fosse desativada na hora de seu show, passou reto por fãs que o aguardavam no aeroporto, trouxe seu próprio cozinheiro e comprou todo a comida que consumiu fora do Brasil.
Segundo o portal Metrópoles, pesou também o fato de Drake achar o público brasileiro “muito desanimado”, além de não saber cantar em inglês corretamente. Contudo, vale lembrar que em seu show no Rock in Rio de 2019 o artista desceu do palco dizendo que aquele teria sido o melhor show de sua vida.
Por último, tem o fator financeiro: apesar de deter o maior cachê desta edição do Lollapalooza (4 milhões de dólares ou mais de R$ 21,2 milhões, segundo o Metrópoles), Drake costuma receber mais que o dobro disso quando se apresenta na Europa ou nos Estados Unidos.
Leia também: Show ou sarau? Projeto ‘Noites Rocinante’ mistura estilos em apresentações em São Paulo