Muito antes da onda de demissões começar na TV Globo, o jornalista Fernando Rocha já era uma das vítimas do temido “facão”. Mais conhecido por ter apresentado o programa “Bem Estar” na TV Globo entre 2011 e 2019, ele fez um desabafo sobre as dificuldades que jornalistas mais velhos têm em encontrar emprego após a demissão.
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Desde que deixou as manhãs da emissora já se foram quatro anos. De lá para cá, ele nunca mais conseguiu retornar à televisão - um sonho para ele.
“Eu era o meu crachá e de repente esse chão desaparece. Precisei entender que eu não era mais o meu crachá, mas o meu próprio gerente. A semana passa a não ter mais os sete dias, o mês não tem mais os 30. Talvez o mês fique mais curto, talvez mais longo. Temos de nos organizar de maneira diferente daquele mundo corporativo que era tão importante”, disse Fernando, em entrevista ao site de Heloísa Tolipan.
Ele chamou a atenção para debater o preconceito que o mercado de trabalho tem em contratar pessoas mais velhas. “A longevidade é uma realidade. O Brasil já tem mais avós do que netos. Estamos invertendo essa pirâmide demográfica: A cada minuto uma pessoa no mundo faz cinquenta anos. Então, essa é uma realidade que em muito pouco tempo vai ser visível na nossa rotina”, afirmou.
“Sou uma pessoa de 55 anos e um milhão de planos. Vários deles envolvem rádio e TV. Tenho muita saudade da TV”, desabafou o ex-apresentador, que não esconde sua vontade de conquistar outra vaga de emprego. “Eu gosto muito desse mundo, eu tenho o DNA da televisão e vou carregá-lo comigo pra sempre. Eu tenho certeza que um dia eu vou estar de volta”, garantiu.
Apesar de tudo, Fernando se mostrou otimista. “Fico muito à vontade para falar sobre isso já que tenho, literalmente, lugar de fala. Tenho mais de 50 anos, trabalhei na Globo por quase 30, e entendi o meu lugar, e que é possível criar essas oportunidades. Tudo muda de um jeito bastante rápido e precisamos entender essas mudanças”, declarou.
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