A cantora Rita Lee, de 75 anos, considerada a rainha do rock brasileiro, morreu na segunda-feira (8), em São Paulo. A artista, que foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2021, fazia tratamentos contra a doença. Ela faleceu em casa, ao lado da família.
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Conforme comunicado nas redes sociais da artista, o velório dela será aberto ao público, no Planetário do Parque Ibirapuera, na próxima quarta-feira (10), das 10h às 17h.
“Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, no final da noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou”, destacou a publicação (veja abaixo).
Há anos Rita Lee vivia reclusa. Suas redes sociais eram usadas quase que exclusivamente para divulgação de seu trabalho artístico.
A cantora foi diagnosticada em 2021 com câncer de pulmão, quando passou por imunoterapia e radioterapia. Em abril do ano passado, familiares anunciaram que ela estava curada. No entanto, ela teve algumas internações depois disso e seguia em tratamento.
Recentemente, o músico Roberto de Carvalho, com quem Rita era casada há 26 anos, mostrou a dona de hits como “Ovelha Negra”, “Mania de Você” e “Erva Venenosa” emocionada ao ver uma homenagem feita à ela no Programa “Altas Horas”, da TV Globo.
Na legenda da publicação, Carvalho escreveu: “Adoramos! Obrigado a todos!”. Logo depois da postagem, o apresentador Serginho Groisman comentou: “Rita e Roberto, todo o amor do mundo para vocês”, escreveu.
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A artista deixou três filhos: Roberto, João e Antônio.
Musa do tropicalismo
Rita Lee Jones nasceu em São Paulo, no 31 de dezembro de 1947, e passou a infância na Vila Mariana, na Zona Sul. Ela era filha de Charles Jones, dentista e filho de imigrantes norte-americanos. A mãe, a italiana Romilda Padula, era pianista.
Ela estudou em um colégio tradicional, onde foi aconselhada a estudar piano. Mas demonstrou que queria buscar outros ares e, aos 16 anos, integrou um trio vocal feminino chamado “Teenage Singers”, quando passou a fazer apresentações amadoras em festas de escolas.
Em 1964, o grupo se apresentou em um festival no Teatro João Caetano, onde conheceu a banda “Wooden Faces”. Entre os integrantes estava Arnaldo Baptista, que já se destacava no baixo, e os dois iniciaram um namoro. Tempos depois, decidiram unir os grupos.
Depois de idas e vindas de alguns integrantes, eles formaram o “Six Sided Rockers”, que também contava com Sérgio Dias, e logo começaram a se apresentar em vários shows. Eles logo passaram a ser chamados de “Os Bruxos” e foram convidados para ser banda fixa do programa “O Pequeno Mundo de Ronnie Von”, da TV Record.
Eles estrearam no programa em 15 de outubro de 1966, mas já com o nome de “Os Mutantes”, depois que foram incentivados por Ronnie Von. A banda é considerada uma das fundamentais ao tropicalismo, pois passou a unir elementos do rock’n’roll com a psicodelia dos ritmos locais. O grupo é um dos mais famosos do gênero no mundo todo, sendo reconhecido como referência por músicos como Kurt Cobain, David Byrne, Jack White, Beck, entre outros.
O trio esteve ao lado de Gilberto Gil durante o 3º Festival de Música Popular Brasileira da Record, em 1967, e no ano seguinte se apresentou com Caetano Veloso em “É proibido proibir”, no 3º Festival Internacional da Canção, da Globo em 1968. Ambos os eventos são considerados marcos da tropicália no Brasil.
Os Mutantes também participaram do álbum “Tropicália ou Panis et Circensis”, de 1968, uma das principais gravações do movimento.
Rita Lee seguiu no grupo até 1972, quando o fim do relacionamento dela com Arnaldo Baptista acabou coincidindo com a saída da banda. Enquanto esteve com “Os Mutantes”, participou da gravação de discos como “Os Mutantes” (68), “Mutantes” (69), “A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado” (70), “Jardim Elétrico” (71) e “Mutantes e Seus Cometas no País dos Bauretz” (72).
Carreira solo
Antes de sair oficialmente dos Mutantes, em 1970, ela gravou o seu primeiro álbum solo, o “Build up”. Depois disso ela seguiu com sua carreira até decidir integrar o grupo “Tutti Frutti”, com quem gravou cinco álbuns. Entre eles está “Fruto proibido”, de 1975, que tem o hit “Agora só falta você”.
Em 1979 ela firmou parceria com o músico Roberto de Carvalho, com quem era casada até agora, e estabeleceu de vez sua carreira solo. Nesse período ela compôs várias canções de pop-rock que fazem sucesso até os dias atuais, como “Mania de Você”, “Chega mais”, “Doce vampiro”, “Lança perfume” e “Baila Comigo”.
Em 2001, RIta Lee ganhou o “Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa” com o disco “3001″. Ela ainda foi indicada mais cinco vezes ao prêmio, sendo que em 2022 levou a categoria “Excelência Musical” pelo conjunto de sua obra.
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