A luta de Preta Gil em busca da cura após ser diagnosticada e iniciar os tratamentos para um câncer de intestino é acompanhada de muita fé. Nas redes sociais, a cantora expressa isso em agradecimentos e posts que inspiram as pessoas também.
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Essa semana, Preta compartilhou registros de um passeio em família, que para ela inclui tanto as pessoas do seu sangue como os amigos, no bairro da Liberdade, em São Paulo. Ao conferir as fotos, uma seguidora indicou que a filha de Gilberto Gil acendesse uma vela em uma das igrejas mais emblemáticas da região.
“Se a Capela dos aflitos estiver aberta (aquela grade lá no fim da rua) vale acender uma velinha. Ela é minúscula, mas tem uma história incrível”, disse a fã.
Conheça a história da “Capela dos Aflitos”
De acordo com a Arquidiocese de São Paulo, a construção da igreja data de 1774. Ela é situada em um beco sem saída conhecido como “Beco dos Aflitos, que a deixou com o título de capela mais escondida do centro de São Paulo.
Ela é tão pequena que os fiéis sentam-se nas poucas cadeiras ao lado do altar, mas ainda assim missas são rezadas pelo menos padre responsável pelas cerimonias da Capela das Almas dos Enforcados.
“Aflitos e Enforcados são duas capelas que estão ligadas por sua história. Reza a tradição que os escravos, vindos dos baixos do Carmo, da várzea do Tamanduateí, subiam a Tabatinguera. Paravam estatelados na Igrejinha da Boa Morte. Seguiam ao pelourinho, ali no atual Largo sete de setembro. Viam o suplício dos seus irmãos de cor e destino. Seguiam, não raras vezes, até o Largo da Forca (atual Liberdade), mais ou menos onde hoje situa-se a Capela dos Enforcados. Nesta paragem baloiçavam os corpos inanimados dos escravos condenados à morte certa”, explica o site de Arquidiocese.
Segundo a apuração do jornal Brasil de Fato, a capela foi construída quatro anos depois do Cemitério dos Aflitos, construído um pouco abaixo da forca do Morro da Forca, onde hoje é o metrô Liberdade.
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“Ele era destinado a indígenas, negros, negras, escravizados e condenados à forca, condenados à morte”, explica Wesley de Souza Vieira, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e professor da Rede Municipal de ensino.
Quando o Cemitério dos Aflitos é desativado e é fundado o Cemitério da Consolação, o processo de urbanização da Liberdade foi iniciado.
A “Capela dos Aflitos” é até hoje um espaço de adoração ao santo conhecido popularmente como “Chaguinhas”, que trata-se de Francisco José das Chagas, o militar no período do Império enfrentou por três vezes a forca e sobreviveu.
“Na liderança dos amotinados, o cabo Chaguinhas que, ao lado do parceiro Joaquim José Cotindiba, comandou o ataque a uma embarcação de bandeira portuguesa, reivindicando salários atrasados há 5 anos, aumento do soldo e igualdade no tratamento de soldados brasileiros e portugueses”, explica o portal Primeiros Negros.
Ao ser condenado ao enforcamento, a corda passada pelo pescoço arrebentou duas vezes o réu caiu no chão. Nesses casos, era costume da época perdoar o condenado, mas Chaguinhas não recebeu clemencia, o que revoltou aqueles que presenciavam a execução.
Na terceira tentativa com um forca de couro, o enforcamento foi consumado, mas Chaguinhas não perdeu os sinais vitais. Ele então foi assassinado a pauladas e sua cabeça rolou pela Ladeira da Forca indo parar dentro de um buraco da capela de Nossa Senhora dos Aflitos, onde é cultuado atualmente.
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