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Lygia Fazio, que retirou silicone industrial do bumbum, queria lei para proteger vítimas de bioplastia

Ela enfrentou vários problemas de saúde por conta do componente químico e morreu, aos 40 anos, após sofrer AVC

A modelo e jornalista Lygia Fazio, de 40 anos, que morreu por causa de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), enfrentou muitos problemas de saúde após aplicar silicone industrial e PMMA (polimetilmetacrilato, um componente plástico) no bumbum. Ela precisou passar várias cirurgias para retirar três quilos dos produtos, que acabaram se espalhando pelo seu corpo. Por isso, ela se candidatou a deputada estadual e planejava propor uma lei para proteger as vítimas da bioplastia.

Em postagem nas suas redes sociais no ano passado, ela contou aos seus seguidores que tinha aceitado um convite para disputar as eleições pelo Progressistas (PP) e destacou que seu objetivo era lutar contra a aplicação do silicone industrial nos procedimentos estéticos.

“Veio na mente criar uma lei. Uma não, várias. A principal, que estou aqui falando para vocês, é para vítimas de bioplastia. No meu caso, eu consegui, graças a Deus, porque se não eu já estava morta. E eu não quero que aconteça com vocês o que aconteceu comigo”, destacou ela na ocasião.

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No entanto, a mulher chegou a ficar mais de 100 dias internada no ano passado e teve que passar por vários procedimentos cirúrgicos. Ela não foi eleita para o cargo de deputada estadual.

Lygia postava imagens que mostravam a luta para retirar o silicone industrial e agradecia aos médicos por tê-la salvado. No entanto, os problemas de saúde continuaram e a mulher acabou sofrendo um AVC. Após três semanas internada, ela não resistiu e morreu na quarta-feira (31).

Além de modelo e jornalista, ela também era influenciadora digital e já foi eleita musa do Coritiba e da escola de samba Acadêmicos do Grande Rio. Lygia ainda atuou como assistente de palco do programa “Legendários”, da RecordTV, que foi apresentado por Marcos Mion entre 2010 e 2017. Ela deixou os filhos Davi e Thor.

Riscos do silicone industrial

O PMMA é uma substância plástica, que não é reabsorvível pelo organismo. Ela é utilizada como um preenchedor em forma de gel durante procedimentos para corrigir pequenas deformidades e para casos de lipodistrofia, que é a perda de gordura facial. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), essas são as duas únicas finalidades para as quais o produto é liberado no Brasil.

Conforme o órgão, o silicone industrial pode gerar complicações graves, como as infecções e a rejeição do corpo. Por não ser reabsorvível pelo organismo, ele se adere a estruturas como músculos e ossos, o que torna a sua remoção quase impossível.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) já condenou o seu uso em procedimentos estéticos por ser “extremamente perigoso”.

“De acordo com relatos nos trabalhos científicos, as complicações mais graves como necroses, cegueiras, embolias e óbitos apresentam maior frequência com este produto do que com os preenchedores absorvíveis”, destacou a SBCP.

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