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Em Nova York, modelo relata dificuldades por trabalho devido ao cabelo: “O racismo existe em qualquer lugar”

Louyse Duarte é natural de Minas Gerais e relata os abusos sofridos na carreira devido ao cabelo crespo

Modelo Louyse Duarte
Em Nova York, modelo relata dificuldades por trabalho devido ao cabelo: “O racismo existe em qualquer lugar” Imagem: reprodução Instagram (@jlouyse)

Louyse Duarte começou a alisar o cabelo na adolescência e hábito durou até 2017, quando entrou na faculdade. Desde então, começou a absorver mais as discussões sobre transição capilar e por isso voltou ao cabelo natural.

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No ano seguinte, em 2018, a jovem começou a modelar e logo no início já sofreu censura: “Não dá para você ficar com esse cabelo assim”, foi a frase ouvida na primeira agência.

“À época, o mercado de modelos negras parecia só ter duas opções quando o assunto era penteado. Ou éramos carecas, ou tínhamos um cacho perfeito. O meu não era assim e eu não queria raspar, então falei: ‘eu vou dar o meu jeito de fazer um corte e a gente vê se funciona’. Cortei meu cabelo curto, me mudei de Belo Horizonte para São Paulo e trabalhei muito”, disse Louyse à Glamour.

Já em 2020 a modelo passou por uma nova mudança e graças ao movimento Black Lives Matter aderiu às tranças. “Deixei meu cabelo crescer durante a pandemia e troquei de agência. Esse novo momento da minha carreira foi marcado por um novo posicionamento da minha imagem: queria ter liberdade para poder usar meu cabelo trançado.”

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Contudo, neste momento a jovem também passou por alguns problemas devido ao cabelo, perdendo trabalhos e ouvindo comentários negativos.

“Às vezes querem que a gente esteja com alguma trança específica e temos que fazer isso fora das horas de trabalho. Nunca vi alguém solicitar para uma modelo branca que ela chegue com o cabelo pronto.”

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Passando-se alguns anos, Duarte explica que se mudou para Nova York. “Aqui os problemas são os mesmos. O racismo existe em qualquer lugar. Comecei a me perguntar: ‘Qual o sentido de manter meu cabelo nesse comprimento, se eles fazem de tudo para esconder?”

Louyse Duarte não abaixou a cabeça e questionava o motivo de utilizarem determinados produtos no cabelo.

“Um dos meus maiores sonhos como modelo preta é poder receber um trabalho no e-mail e ir dormir tranquila, sem preocupação nenhuma, sabendo que não vou ouvir nenhum comentário absurdo, que vou ser bem cuidada e que vão saber valorizar os meus traços na maquiagem”.

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