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“Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra” é uma tentativa de horror desperdiçada e de mau gosto

A produção do “Mickey assassino” estreia exclusivamente nos cinemas em 14 de novembro.

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“Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra” é uma tentativa de horror desperdiçada e de mau gosto (Reprodução/Divulgação)

“Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra” (The Mouse’s Trap) estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (14), distribuído pela A2 Filmes. No entanto, o que se apresenta como uma mistura de mistério e terror acaba por decepcionar, oferecendo uma experiência frustrante para os espectadores.

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Dirigido por Jamie Bailey e com roteiro de Simon Phillips, o filme segue Alex, uma jovem de 21 anos que comemora seu aniversário de maneira incomum: trabalhando em um fliperama durante o turno da noite. Para surpreendê-la, seus amigos decidem aparecer e celebrar ao seu lado, mas as festividades tomam um rumo inesperado quando um assassino mascarado, vestido como um personagem de desenho animado, começa a caçar os jovens de maneira tosca e sem sentido.

Uma trama que falha pela falta de impacto

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“Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra” é uma tentativa de horror desperdiçada e de mau gosto (Reprodução/Divulgação)

O começo do filme até promete algo interessante, com uma ambientação que desperta a curiosidade do espectador. No entanto, à medida que a história avança, o interesse logo se esvai, dando lugar ao tédio. O assassino mascarado, ao ser revelado, falha em criar qualquer tipo de intimidação, principalmente devido a uma caracterização de péssimo gosto que desvia a atenção de qualquer tentativa de suspense.

As mortes, quando finalmente são mostradas, são superficiais e mal executadas, mais parecendo experimentos de estudantes de cinema do que cenas de um filme profissional. O ritmo da narrativa é prejudicado por perseguições sem sentido e diálogos contrários ao clima de tensão exigido pelo gênero. O elenco também acaba contribuindo para o fracasso do projeto, com atuações pouco convincentes.

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Potencial perdido de um personagem icônico

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“Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra” é uma tentativa de horror desperdiçada e de mau gosto (Reprodução/Divulgação)

É importante destacar que o filme faz uso do personagem Mickey Mouse de forma indiscutivelmente ambiciosa, considerando que o curta “Steamboat Willie” (1928) e a versão original do Mickey entraram em domínio público em janeiro de 2024 nos EUA, permitindo a utilização da figura do rato mais famoso do mundo de forma livre para fins criativos. No entanto, “Mouse Trap” perde toda essa oportunidade ao aplicar o Mickey em um contexto de terror de forma rasa e sem originalidade.

Embora o filme tenha sido claramente limitado por um orçamento baixo, isso não justifica a falta de criatividade na execução. A ausência de cenas impactantes de gore, típicas de slasher movies, poderia ser perdoada se o filme tivesse se arriscado mais na inovação. “Mouse Trap” reúne todo o repertório do pior clichê de terror revisitado desde a década de 90 e consegue piorar em 10 vezes mais.

Em resumo, Mouse Trap é um exemplo claro de como o potencial de uma premissa criativa pode ser desperdiçado. Se há algo positivo a se extrair do longa, é a lição de tudo o que não se deve fazer ao criar um filme de terror. O filme é uma verdadeira aula sobre como não explorar os recursos à disposição e, infelizmente, deixa a desejar em todos os aspectos que tentam definir o gênero.

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