A CBF vai pedir o afastamento do promotor Roberto Senise Lisboa do inquérito civil aberto pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para investigar o julgamento da Portuguesa no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. O pedido será feito pelo diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, que enviará representações ao procurador-geral do MP-SP e ao Conselho Nacional do Ministério Público. Lopes alega que Senise “prejulgado o caso” e “cometeu ameaças”. As informações são do jornal “Folha de S. Paulo”.
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Senise afirmou à “Folha” que não fez pré-julgamento, mas respeita a decisão de Lopes.
“Eu apenas disse que há fortes indícios de que houve falha no julgamento. Se eu tivesse prejulgado, não teria dado prazo de dez dias para a CBF se manifestar. O Carlos Eugênio Lopes é bem preparado. Se achar que deve pedir meu afastamento, o fará. Mas sei que não desviei minha conduta”, declarou.
Senise anunciou, em entrevista coletiva na última quarta-feira, a abertura do inquérito contra STJD e CBF. Segundo promotor há indícios de desrespeito ao Estatuto do Torcedor.
No julgamento, a Portuguesa foi condenada pela escalação irregular do jogador Héverton, na última rodada do Brasileirão 2013, e punida com a perda de quatro pontos. O time acabou rebaixado para a Série B. A diretoria da Lusa, que assumiu no início deste ano, disse que não buscará a Justiça comum, e aguarda justamente o fim das investigações do MP para saber se jogará mesmo a Série B.
Há ainda a esperança de que a CBF decida inchar o Brasileirão 2014 com 24 clubes, salvando os quatro rebaixados.
Nesta sexta-feira, a Justiça de São Paulo mandou suspender a punição do Flamengo, devolvendo os quatro pontos tirados do time pela escalação de André Santos – em situação semelhante à da Lusa. Tanto que o juiz, na decisão, citou a Portuguesa e trilhou o caminho para o clube tentar evitar o rebaixamento na Justiça comum.