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A Fifa anunciou nesta quinta-feira o afastamento do secretário-geral Jérôme Valcke, que deverá se ausentar de suas funções efetivas por um período ainda não definido. A entidade máxima do futebol tomou conhecimento de uma série de denúncias envolvendo o dirigente e solicitou uma investigação formal pelo comitê de ética interno. (veja o comunicado no fim do texto)
O cartola é acusado de participação em negociações de ingressos da Copa do Mundo no mercado negro. A Fifa ainda anunciou que o cartola será investigado pelo Comitê de Ética.
«A Fifa anuncia hoje que o secretário-geral Jérôme Valcke foi colocado sob licença e retirado de suas funções imediatamente até novo aviso. Além disso, a Fifa recebeu uma denúncia de uma série de acusações sobre o secretário-geral e requisitou uma investigação sobre o Comitê de Ética», dizia o site da entidade.
Valcke ganhou notoriedade no Brasil ao comentar o atraso das obras para a Copa de 2014, dizendo que os brasileiros precisavam «tomar um chute no traseiro» para trabalharem mais rápido.
O francês teria um esquema com a empresa JB Marketing, responsável pela venda de ingressos para o Mundial. A Fifa repassa as entradas para a empresa por um certo valor e ela revende. Valcke teria um acordo para que as entradas fossem vendidas com um ágio de cerca de 200% e ele ficaria com 50% desse valor.
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O esquema foi revelado pelo jornal O Estado de São Paulo, que foi um dos dez veículos de comunicação no mundo a receberem e-mails confidenciais da Fifa e de Valcke que comprovariam a participação do agora ex-secretário-geral da entidade. As acusações foram apresentadas por Benny Alon, que comanda a JB Marketing. A empresa também relatou o sumiço de 8 mil ingressos que seriam comercilizados.
Com a Fifa envolvida em um esquema de corrupção que já prendeu alguns dirigentes, Valcke já deu declarações em que dizia não ter culpa pelo momento atual da entidade. O francês também já havia indicado que estaria de saída da Fifa assim que terminasse o mandato de Joseph Blatter. Responsável pela organização da Copa de 2014, ele chegou a afirmar que o Brasil precisava «levar um chute no traseiro» por conta dos atrasos nas obras.