Andrew Parsons, Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro e vice da Rio 2016, concede entrevista ao Jornal Metro e fala da meta de ficar entre cinco primeiros no quadro de medalhas e da preparação para os Jogos do Rio de Janeiro, que começa quarta-feira, dia 7 de setembro.
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Os atletas brasileiros passaram por um período de aclimatação no Centro de Treinamento de São Paulo pela primeira vez. O que isso vai contribuir para o comitê atingir a meta de ficar no quinto lugar no quadro geral de medalhas?
Temos tudo para fazer um bom papel nesta Paralimpíada e conquistar esse quinto lugar tão almejado por nós. A gente percebeu os atletas com espírito de grupo muito grande. Não são 23 times separados em cada modalidade. É uma equipe muito coesa chamada Brasil em busca do quinto lugar. A aclimatação em um centro de treinamento que é nosso, nossa casa, deixou a gente com uma energia muito positiva. E, com esse espírito, a gente vai conseguir esse resultado, que é agressivo.
A boa venda de ingressos dos últimos dias vai alterar a meta do comitê organizador dos Jogos Paralímpicos?
A meta continua em 2 milhões de ingressos. A gente já vendeu 1,5 milhão e continua vendendo bem. Já passamos da metade [são 2,4 milhões de bilhetes à venda]. Os ingressos para os fins de semana já estão praticamente esgotados. A gente não deve rever a meta.
Os recursos de R$ 250 milhões da prefeitura e do Governo Federal representam 25% do custo total dos Jogos. Teria como organizar o evento sem esse aporte?
Era necessário. O dinheiro do Governo Federal vem de estatais. Não está saindo da educação, da segurança pública ou da saúde. É verba publicitária, que seria utilizado para outras ativações. No município do Rio, a saúde financeira é muito boa. O prefeito viu como um investimento. Eu não tenho dúvida de que, em um país com 45 milhões de deficientes, isso é um investimento.
Algum país deixará de vir por causa do atraso no repasse dos recursos para as passagens dos atletas?
Todos os países inscritos virão. Esses recursos vão ajudar. Ninguém vai deixar de vir por atraso.
Para atingir o top-5, o Brasil vai ter que conseguir medalhas em modalidades que não obtiveram pódios em Londres 2012. Quais são as perspectivas?
A gente tem como base os mundiais do último ciclo paralímpico. Estamos falando de ciclismo, goalball, remo, etc. Temos perspectiva bacana na canoagem, que é uma modalidade nova, e podemos ter uma medalha inédita no halterofilismo e tiro com arco. Há boas chances no vôlei sentado, que briga diretamente pelo ouro. São muitas modalidades que podem beliscar uma medalha, além dos carros-chefes, como o atletismo e natação. A gente tem uma mescla de gerações, uma que vem de Londres 2012 e outra nova que vem ganhando muitos títulos em mundiais. Essa é, sem dúvida, a melhor delegação paralímpica da história.
A exclusão da Rússia vai ajudar o Brasil?
Essa é uma visão equivocada. Não é porque a Rússia saiu que o Brasil vai ganhar uma posição. Não é simples assim. As medalhas de ouro da Rússia vão ser distribuídas entre outros países e pode ir exatamente para quem a gente quer ultrapassar. Só vamos entender tudo no final.
A permissão de uso do CT de São Paulo vai até maio. Qual é o planejamento para o local após os Jogos?
É que a gente continue utilizando e administrando. Estamos conversando com o Governo do Estado de São Paulo. A nossa intenção é ter uma permissão de uso de longo prazo. A gente está no meio do termo atual. Vamos esperar a Paralimpíada passar para definir isso, mas já iniciamos a conversa.