Depois de ter ficado fora do tradicional GP de Mônaco para poder disputar as 500 Milhas de Indianápolis, da Indy, Fernando Alonso afirmou nesta quinta-feira, um dia antes dos primeiros treinos livres para o GP do Canadá de Fórmula 1, em Montreal, que não tem pressa para definir o seu futuro na McLaren.
O piloto espanhol ressaltou que não pretende tomar apenas a partir de setembro a decisão se ficará ou não na equipe inglesa para o Mundial de 2018 da categoria máxima do automobilismo. Entretanto, o bicampeão mundial sugeriu que a sua continuidade na equipe dependerá de uma melhora expressiva do seu carro, que atualmente está bem distante de agradá-lo.
Mais do que isso, Alonso deixou claro que só deverá seguir na McLaren se a escuderia conseguir lhe entregar um monoposto que o permita brigar por vitórias até setembro, o que hoje está fora da realidade do tradicional time. Até agora, o espanhol e o seu companheiro de equipe, Stoffel Vandoorne, não somaram nenhum ponto neste Mundial de Pilotos.
«Nós temos de vencer», disse Alonso ao ser questionado na entrevista coletiva desta quinta sobre o quê o faria seguir na McLaren em 2018. «Se nós estivermos vencendo antes de setembro ou algo como isso, quando eu tomar uma decisão, eu irei ficar», prometeu o espanhol, que chegou para a sua segunda passagem pela equipe em 2015.
Alonso estava motivado pela reedição da histórica parceria do time com a Honda – a montadora japonesa voltou a produzir motores à escuderia depois de ter fornecido propulsores na era de domínio que a McLaren impôs aos rivais com a dupla formada por Ayrton Senna e Alain Prost entre o final da década de 1980 e começo da década de 1990. Entretanto, o motor atual não vem tendo sucesso e, pelo contrário, está protagonizando papel decisivo para que os pilotos da equipe convivam com seguidos problemas nas últimas temporadas e também na atual.
E, como nada indica que este cenário irá mudar, Alonso chegou a ser novamente questionado nesta quinta se irá realmente deixar a equipe se não obtiver nenhuma vitória nas próximas cinco corridas que disputar até setembro. Pressionado a conceder uma resposta, ele recuou um pouco ao dizer que não pode dar «100% de certeza agora em junho sobre uma decisão para o próximo ano», mas está muito claro que são boas as chances de o espanhol trocar de escuderia em 2018.
Alonso ainda indicou que poderá pesar para a renovação de seu contrato com a McLaren para 2018 uma possível saída da Honda e a substituição por uma outra fornecedora de motores. Ele falou sobre isso ao comentar o fato de que diretor executivo da equipe britânica, Zak Brown, criticou na última quarta-feira a forma pela qual a fabricante japonesa vem conduzindo o desenvolvimento dos seus propulsores na F-1.
«Zak já falou ontem dos problemas com a Honda. Ele quer vencer e quer que a McLaren esteja na luta pelo título. Se em três anos não estamos nesta situação, as coisas têm de mudar, é o mesmo para mim e para a equipe. Mas até que não chegue o verão (europeu), não posso dizer que estou 100 por cento seguro (sobre a sua saída ou permanência na equipe). Estou muito aberto sobre esta decisão que vou tomar depois do verão», avisou.
Em sua primeira passagem pela McLaren, que foi conturbada e durou apenas uma temporada, Alonso ganhou quatro corridas em 2007 e brigou diretamente pelo título até a última prova. Já nesta sua segunda passagem, os seus melhores resultados foram três quinto lugares, sendo que neste ano ele terminou apenas uma dos cinco GPs que disputou.