Os torcedores do Club de Regatas Vasco da Gama podem até não ter muito do que comemorar da fase atual – time está perto da zona de rebaixamento na série A do Campeonato Brasileiro e foi eliminado da Copa do Brasil no mês passado.
ANÚNCIO
Mesmo assim, o aniversário de 120 anos do tradicional clube carioca arranca textos apaixonados de vascaínos e simpatizantes pelo time nesta terça-feira (21). Em particular, a história da «resposta histórica» do clube aos demais times cariocas em 1924, é muito citada nas redes sociais.
O ofício do Vasco é um símbolo da luta contra a desigualdade racial e social no Brasil. Após vencer o Campeonato Carioca com um elenco de jogadores negros e brancos de classes baixas, times da então Liga Metropolitana do Rio de Janeiro criaram outra liga, a AMEA (Associação Metropolitana de Esportes Atléticos), formada por América, Bangu, Botafogo, Flamengo e Fluminense.
Leia mais:
Vencedor do primeiro turno, São Paulo mostra que tem força para ganhar hepta
Eleições: voto em trânsito pode ser pedido até próxima quinta
A equipe vascaína foi convidada para jogar o primeiro campeonato da nova liga, em 1924. Entre as condições, porém, 12 jogadores do clube não poderiam ser inscritos. Eles foram apontados como «indivíduos despossuídos de condições morais para a prática do futebol».
Em resposta, o então presidente do clube, José Augusto Prestes, emitiu um ofício comunicando que desistiria de fazer parte da associação por «não se conformar com o processo porque foi feita a investigação das posições sociais desses nossos consócios, investigação levada a um tribunal onde não tiveram nem representação nem defesa.»
O Vasco seguiu na Liga Metropolitana, sendo campeão novamente em 1924. A AMEA voltou a convidar o Vasco da Gama em 1925, dessa vez com o status de membro fundador e sem limitações quanto ao uso de atletas.
Veja o ofício vascaíno na íntegra: