No primeiro ciclo olímpico da história do skate, que faz sua estreia na edição de 2020, em Tóquio, atletas do esporte enxergam um momento de renovação. Até poucas décadas, a modalidade era considerada uma simples brincadeira, mas isso ficou para trás. “Estamos passando pela melhor fase das nossas carreiras”, avalia o brasileiro Kelvin Hoefler.
Surgido nos anos 1970 como uma forma de contracultura urbana, o skate, agora, se adequa às normas do principal evento esportivo do planeta, como a regulamentação de um sistema antidoping e a formatação de competições classificatórias.
No centro dos holofotes, o esporte tem recebido ainda investimentos robustos em regiões que ameaçam a hegemonia do eixo Estados Unidos–Brasil, como no próprio Japão. “A galera que está chegando só para a Olimpíada é legal, mas não representa a essência do skate”, lamenta Hoefler.
Apesar disso, o novo momento é encarado como uma oportunidade singular de desenvolvimento. Principal estrela do skate mundial, o norte-americano Nyjah Huston defende a inclusão na Olimpíada. “Só vai ajudar mais crianças a terem chances de virarem profissionais, o que é incrível”, afirma.
Para Leticia Bufoni, maior estrela do skate feminino brasileiro, o prestígio aumentou: “Agora somos muito mais respeitados, temos mais apoio e seremos vistos como um esporte de verdade.”
Duas modalidades
O skate foi escolhido para estrear nos Jogos do Japão junto com outros quatro esportes: beisebol (e sua versão feminina, softbol), surfe, karatê e escalada. A inclusão, no entanto, só vale para a próxima edição.
Serão duas modalidades: street e park, cada uma subdivida em masculino e feminino. Ao todo, 12 brasileiros participarão do torneio em solo japonês.
Na semana passada, a CBSk (Confederação Brasileira de Skate) divulgou a primeira seleção nacional do esporte, com 16 atletas que receberão apoio técnico, financeiro e logístico.
Eles foram escolhidos por meio de um comitê técnico estabelecido pela entidade. A lista inclui nomes como Hoefler, Bufoni e Felipe Gustavo.