De narizes vermelhos, roupas engraçadas e rostos pintados, os palhaços são praticamente símbolos da alegria e do riso. Mas não pense que o seu público se restringe às plateias de circos ou às crianças de festas infantis. Esses personagens carismáticos visitam, inclusive, hospitais.
A prática de levar a figura circense para o ambiente hospitalar ficou mundialmente conhecida com o filme “Patch Adams — O Amor é Contagioso”, que conta a história do médico Hunter Adams (interpretado por Robin Williams), o primeiro a utilizar esse método lá nos anos 70.
Fato é que, de lá para cá, o número de grupos que se inspiraram em Adams se multiplicou e a atividade, que antes não era bem aceita pela comunidade médica, acabou se tornando comum nos hospitais.
O Palhaços em Rede, programa do grupo Doutores da Alegria, que se tornou referência na área, por exemplo, reúne mais de 1.100 companhias aptas a distribuir sorrisos por todo o Brasil. E essa não é uma atividade exclusiva para atores e profissionais formados.
O número de voluntários que possuem empregos comuns no dia a dia e realizam o trabalho de forma filantrópica tem aumentado significativamente. Pedro Ivo Gandra, de 34 anos, é um deles.
Funcionário público, Gandra decidiu fazer parte do grupo Operação Arco-Íris há cinco anos e nunca mais saiu. “Queria fazer algo além da minha profissão, que fizesse bem para as pessoas e para mim”, conta.
Mesmo trabalhando das 8h às 18h todos os dias, é com um sorriso no rosto que Gandra acorda cedo aos sábados para colocar o seu nariz vermelho para divertir pequenos telespectadores que estão passando por algum tratamento em hospitais — e isso, sem receber um centavo sequer. “Existe o cansaço, mas o que recebo é muito maior. É um trabalho gratificante, cuja recompensa a gente vê no sorriso de cada criança.”
O Operação Arco-íris não é exceção: há diversos grupos espalhados por aí para quem quer se voluntariar e que não exigem nenhuma experiência ou curso profissional. Basta ter vontade e dedicação para participar das oficinas, que ensinam mais sobre a rotina hospitalar, a imagem do palhaço, os métodos de abordagem e as brincadeiras mais indicadas para as crianças. Quanto ao pagamento, ele vem, mas em sorrisos, é claro.
5 motivos para sorrir
Aumenta a longevidade
Em outras palavras, “pessoas felizes vivem mais tempo”, diz o mastologista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Rubens Prudencio. Segundo o especialista, estar sob estresse, ansiedade ou tristeza afeta o sistema imunológico e torna o indivíduo mais propenso a doenças. Evitar tudo isso por meio do sorriso e de atitudes positivas, pelo contrário, ajuda a prevenir problemas.
Diminui a dor
Uma pesquisa realizada na Universidade de Oxford, na Inglaterra, descobriu que rir diminui em até 10% a dor. Mas atenção: não vale qualquer risadinha, é preciso gargalhar mesmo, de fazer a barriga tremer. Isso acontece porque a gargalhada estimula a liberação de endorfina, substância que aumenta o bem-estar e, com isso, ameniza a sensação de dor.
Previne doenças cardíacas
O estudo realizado no Centro Médico da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, comprovou que a risada faz com que o corpo diminua a pressão sanguínea, favorecendo as funções musculares do coração. Com isso, o corpo fica livre de doenças cardiovasculares.
Reduz o estresse
Dizem que nada melhor do que uma boa risada para espantar o mau humor, não é? Pois bem, o dito popular foi confirmado cientificamente. De acordo com uma pesquisa realizada na Universidade Loma Linda, nos EUA, o riso diminui os níveis de hormônios relacionados ao estresse, como o cortisol.
Deixa a pele mais bonita
O ato de sorrir movimenta 12 músculos faciais e o de gargalhar, duas vezes mais do que isso. Tanto estímulo muscular aliado à liberação de serotonina e endorfina, prolonga a firmeza da pele. Além disso, como vimos, o riso também melhora a circulação sanguínea, o que faz com que a pele fique mais hidratada e bonita, segundo os especialistas.