Lombo de bacalhau desfiado com quinoa, linhaça, cebola roxa, tomate e azeitona preta, servido em rodelas de pães regado com azeite de ervas e temperos especiais. O “Bacalhau da Dona Arminda” deu o sabor da vitória ao Bar do Jão, de São Paulo. O estabelecimento de Alexandre Alves Nunes ganhou o título de melhor boteco do país, na 18a edição do concurso Comida di Buteco, que começou 14 de abril com votos do público e júri técnico. A premiação foi na noite de terça-feira, no Centro de Convenções SulAmerica, no Rio. Cereais foi o tema da edição.
“Escolhemos a linhaça para abrilhantar nosso petisco. Mas a gente não conquista nada sozinho, depende de apoio, amizade e parceria. A ideia da receita veio para homenagear um casal de portugueses que meu pai conheceu quando veio da Ilha da Madeira [Portugal]”, disse Alexandre Alves Nunes, que estreou no concurso no ano passado.
O segundo lugar quem levou foi o carioca Bar do David, da comunidade Chapéu Mangueira, no Leme, com a receita “Saudosa Maloca” – bolinhos de milho com queijo recheado com carne seca ao molho de azeitonas. “Chegar com as mãos abanando na favela seria muito difícil, mas ser vice significa muito. Já vamos nos preparar para o ano que vem, porque viremos com tudo novamente”, promete David Bispo, dono do bar que foi 1º de uma comunidade eleito como Melhor Buteco do Brasil, em 2016.
O terceiro lugar foi para o Bar Chopp Tuim, de Porto Alegre. O petisco consagrado foi o “Navegar é Preciso” – bacalhau às natas com lula defumada, gratinado com torradinhas e parmesão. Já o encerramento da festa foi com show de Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador.
520 bares do país disputaram o título de melhor boteco da sua cidade, na primeira fase do concurso, entre 14 de abril e 14 de maio.
Veja o vídeo do prato vencedor:
Valor da comida de raiz
Criado no ano 2000, em Belo Horizonte, o objetivo do concurso Comida di Buteco é valorizar a cozinha de raiz e a diversidade gastronômica.
“Conseguimos superar as expectativas. Saímos de 450 mil votos [em 2016] para 520 mil votos neste ano. Isso demonstra um engajamento do público. A cadeia de negócios gerados nos botecos também cresceu, chegamos a R$ 140 milhões”, comemora Flávia Rocha, uma das organizadoras do concurso:
A missão também foi cumprida: transformar a vida desses donos de boteco. “São pequenos negócios que têm famílias que preparam tudo isso com carinho para receber os clientes. Conseguimos trazer o público e o faturamento para a grande maioria deles no Brasil todo.”
