Motor

Ford EcoSport 2.0 Titanium muda para brigar pelo mercado

Grade dianteira agora está mais alta | Divulgação

Quem observa apenas as mudanças no design pode achar exagerado chamar o Ford EcoSport de “novo”. Ainda mais se o plano da montadora é retomar o posto que foi do veículo um dia, de líder do segmento. Para disputar o concorrido mercado dos utilitários esportivos é preciso mais do que tradição.

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Na dianteira, as mudanças foram discretas. A grade ficou mais elevada e alcançou o capô. O para-choques foi redesenhado, passando uma sensação de robustez. Na traseira, também não mudou quase nada. As alterações no para-choques são imperceptíveis.

O defectível estepe segue na tampa do porta-malas, pronto para amassar o capô ou quebrar o farol do carro de trás nas encostadinhas tão corriqueiras enquanto estaciona.

A novidade de fato ficou para outro motor, 0 1.5 de três cilindros. Na versão que testamos, a 2.0 Titanium, o interior, entretanto, é realmente novo. A parte central do painel ficou mais limpa, sem tantos botões e recortes das saídas de ar. A nova tela multimídia, de oito polegadas, confere modernidade ao conjunto. O painel de instrumentos agora é um conjunto único e agrupa todos os mostradores, com uma tela de LCD colorida. Bem melhor que o anterior, que tinha um display monocromático em tom verde.

A versão testada, Titanium, é mais completa e luxuosa que as demais. O bonito e bem acabado interior em dois tons (nas demais versões é de apenas um) tem os assentos em couro cinza claro (quase branco), que se sujam com muita facilidade. Mas o material é tratado com impermeabilizante, o que ajuda na hora da limpeza, pois basta passar um paninho úmido.

O fôlego aumentou. No lugar do motor anterior, que rendia 147 cv de potência, passou a ser adotado o 2.0 flex, que já equipava o Focus e entrega potência de 176 cv e torque de 22,5 kgfm. Até sobra um pouco de potência, o que deixa o SUV esperto na cidade e permite ultrapassagens tranquilas na estrada.

Na transmissão, no lugar da malfadada Powershift, foi adotada a eficaz e confiável automática convencional de seis marchas, que dá conta do recado com mudanças rápidas (inclusive por meio de borboletas no volante). No entanto, é um pouco suave em certas situações em baixa velocidade, o que atrapalha um bocado. A mudança do câmbio, porém, era crucial. A anterior apresentava inúmeros problemas, como trepidações, aquecimento e desobediência crônica.

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A suspensão está mais firme que a do modelo anterior, o que melhorou a estabilidade, mas deixou o veículo muito duro. O acerto não é adequado à realidade brasileira. Em pavimentação irregular o Ford EcoSport pula como um cabrito, a ponto de comprometer o conforto. Como o torque máximo acontece na elevada faixa das 4.500 rpm, é necessário esticar um pouco as marchas para uma condução mais ligeira, o que acaba acompanhado de ruído do motor acima do desejável no interior do veículo.

A nova grade do radiador, com controle ativo, ajusta automaticamente a passagem de ar que refrigera o motor. O objetivo declarado é manter a temperatura ideal de trabalho e melhorar a aerodinâmica. A adoção da grade é também um subterfúgio da Ford para cumprir as regras do Inova Auto, que exige a adoção de medidas para melhorar o consumo e em troca oferece redução de imposto.

A grande novidade tecnológica é a central multimídia Sync, na terceira geração, com comandos de voz, GPS e conexão para celulares Android e iOS. No console central há duas entradas USB e uma 12V. Destaque ainda para o sistema de manutenção da velocidade de cruzeiro, ar-condicionado, chave presencial e teto solar. O ar-condicionado tem apenas uma zona na dianteira e não possui saída para os passageiros traseiros, que também não contam com entrada USB.

O interior é confortável para quatro adultos, incluindo bom espaço para os joelhos de todos. Como o assento traseiro é estreito, um terceiro ocupante fica apertado, mesmo que seja uma criança. Com 356 litros de capacidade de carga, o porta-malas está entre os menores do segmento (cerca de 20% a menos que o do principal concorrente). Imagina se o estepe ficasse dentro dele? Seria menor ainda.

Outros destaques são: sistema de monitoramento da pressão dos pneus, chave presencial, sensores crepuscular e de chuva, banco traseiro rebatível bipartido, vinte porta trecos, apoio de braço no console central, som hifi Sony, vidros elétricos, desembaçador do vidro traseiro, porta-luvas climatizado, iluminação no porta-malas, faróis xenon com luz diurna em leds, e rodas 17” com pneus 205 perfil baixo.

 

Veja a galeria:

 

 

Ficha técnica

O que é?
SUV compacto com quatro portas.

Onde é feito?
Brasil, Camaçari (BA)

Quanto custa?
O Ford Ecosport 2018 tem preços a partir de R$ 73.990,00, chegando aos R$ 93.990 na versão testada: Titanium 2.0 AT, a mais completa.

Com quem concorre?
Os principais concorrentes são: Honda HR-V, Jeep Renegade e Nissan Kicks.

Como anda?
Motor 2.0 flex com 176 cv e 22,2 kgf.m de torque a 4.500 rpm. Velocidade máxima de 180 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos. Agilidade, respostas espertas, mudanças rápidas e firmeza nas curvas, apesar da maior altura da carroceria).  Esqueça o off road, pois não tem tração 4X4.

Como bebe?
Nota B/C na avaliação de consumo do Conpet. O Ecosport Titanium equipado com motor 2.0 é pior que seus principais concorrentes, a maioria avaliados como A/B. Os números são: cidade/estrada – 6,1 km/l /8,3 km/l com etanol e 8,8 km/l /12 km/l com gasolina.

Segurança:
Além dos itens citados acima oferece: chamada automática de socorro pelo sistema multimídia apelo celular, caso compatível com o sistema Sync e em área coberta pelo sistema, sete airbags (frontais e laterais dianteiros, de cortina e joelho esquerdo do motorista), sistema de monitoramento de pontos cegos dos retrovisores, sistema de alerta de tráfego cruzado, sistema eletrônico de controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas e câmera de ré.

 

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