Pesquisadores da Universidade de Trento descobriram uma maneira de controlar o DNA danificado, de acordo com um artigo publicado na revista «Nature Biotechnology» na segunda-feira (29).
O Centro de Biologia Integrativa (CIBIO) da Universidade desenvolveu um teste baseado em leveduras, que otimiza a identificação de variantes de «Streptococcus pyogenes Cas9».
As bactérias Streptococcus pyogenes são conhecidas por causar infecções de garganta. Mas elas também produzem um mecanismo de defesa natural, que é o «CRISPR», cuja função é eliminar vírus invasores.
Outro componente do mecanismo de defesa dessas bactérias é a proteína «Cas», que, além de eliminar os vírus invasores, corta precisamente o DNA.
Esse tipo de mecanismo já foi utilizado em estudos de modificações genéticas, mas os experimentos realizados pelo CIBIO ajudam na sua identificação.
Os pesquisadores examinaram uma vasta gama de variantes de «Cas» que carregam mutações aleatórias. E, então, foram combinadas quatro mutações benéficas para gerar a «evoCas9», uma variante que pode modificar o DNA.
«É uma enzima de confiança absoluta, que efetua a mudança apenas no ponto de interesse», comentou Anna Ceresto, professora do CIBIO e autora do artigo.
«A molécula da qual estamos falando CRISPR-Cas9 está mudando a biomedicina. Se trata de uma «máquina molecular», feita pela proteína Cas9 e com uma molécula de RNA, que atinge e corta um segmento específico de DNA, permitindo modificações na sequência», explicou Ceresto.
A pesquisadora ainda alertou para os estudos, ainda incertos sobre a bactéria «O problema é que esta molécula pode acarretar em erros sistemáticos e quando é aplicada numa tentativa de curar doenças não modifica somente o gene da patologia, mas atua em outros lugares do DNA, causando efeitos imprevisíveis.» Porém, acrescentou que «neste momento, a ‘evoCas9’ é a melhor máquina molecular do mundo para edição de genomas.»