Após o mega escândalo com a Cambridge Analytica, o Facebook continua no centro das denúncias de violações de privacy. A empresa teria feito acordos ao longo da última década com ao menos 60 fabricantes de smartphone, tabletes e dispositivos móveis que os permitem acessar dados pessoais de milhares de usuários sem que os clientes tenham consentido. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (4) pelo jornal «The New York Times».
Entre as companhias citadas na reportagem, estão a Apple, Amazon, BlackBerry, Microsoft e Samsung.
A maior parte destes acordos de compartilhamento de dados pessoais ainda estaria em vigor e permite ao Facebook estender seu raio de ação, deixando os fabricantes livres para oferecer e difundir aos próprios clientes alguns dos serviços mais populares do colosso das redes sociais.
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Em troca, o Facebook permitiu que as empresas como Apple e Samsung acessassem informações pessoais dos usuários da rede e de seus «amigos» na plataforma social, inclusive em casos de pessoas que se dizem convencidas de que negaram o compartilhamento dos próprios dados.
Depois do escândalo da Cambridge Analytica, que se refere a «furto» de dezenas de milhões de dados pessoais de usuários do Facebook utilizados para fins políticos, este novo caso coloca em risco o grupo de Mark Zuckerberg.
Em resposta à denúncia levantada pelo «The New York Times», o vice-presiente do Facebook, Ime Archibong, disse que a empresa cedeu o acesso aos dados dos usuários aos fabricantes de dispositivos móveis apenas para que os aparelhos tivessem a rede social, «em uma época em que não existiam aplicativos».
O executivo ressaltou que os 60 fabricantes assinaram acordos que impedia o uso dessas informações para fins diversos, e garantiu que sempre foi solicitada a permissão dos usuários.
«Nos primeiros dias da época mobile, não existiam os aplicativos. Por isso, empresas como Facebook, Google, Twitter e YouTube tinham que trabalhar diretamente com os fabricantes de sistemas operacionais para que seus produtos chegassem às mãos das pessoas», afirmou o executivo, apesar do «NYT» afirmar que os acordos estariam em vigor.