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Fevereiro Laranja: campanha tem o objetivo de conscientizar sobre a doação de sangue e de medula óssea no tratamento contra Leucemia

Doença ocupa a 9ª posição nos tipos de câncer mais comuns entre os homens e a 11ª entre as mulheres

Fevereiro Laranja: campanha tem o objetivo de conscientizar sobre a doação de sangue e de medula óssea no tratamento contra Leucemia
Fevereiro Laranja: campanha tem o objetivo de conscientizar sobre a doação de sangue e de medula óssea no tratamento contra Leucemia Foto: Freepik

O segundo mês do ano é reservado para conscientizar sobre um dos tipos de mais raros de câncer, a leucemia. A proposta da campanha Fevereiro Laranja é informar sobre a importância da doação de sangue e de medula óssea. De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), a doença afeta 10.810 pessoas no Brasil, sendo 5.920 homens e 4.890 mulheres (dados de 2020), ocupando a nona posição nos tipos de câncer mais comuns em homens e a 11ª em mulheres.

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“A Leucemia ocorre quando as células tronco (responsáveis pela produção de glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas) sofrem mutações genéticas, que levam à produção de leucócitos anormais (células cancerosas) e à alteração na produção das outras células sanguíneas”, diz a oncologista da Oncoclínicas São Paulo, Dra. Mariana Oliveira. Ela explica que a doação de sangue pode ser feita de maneira tradicional. Após o procedimento, o sangue é separado em hemocomponentes, sendo o plasma, as plaquetas e o concentrado de hemácias os principais.

Existe também a doação é através de um procedimento chamado aférese, onde o sangue passa por um equipamento que retém parte das plaquetas enquanto devolve o restante do sangue para o doador. “Esse processo é muito seguro e pode contribuir no tratamento de milhares de pacientes. Além disso, o organismo do doador consegue repor rapidamente as plaquetas, em uma média de até 48 horas”, reforça a oncologista.

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Importância de doar plaquetas

Em virtude da leucemia ou da ação da quimioterapia, pacientes em tratamento deixam de produzir células normais de sangue e começam a apresentar anemia grave e diminuição de plaquetas. Essas células produzidas na medula óssea têm como principal função atuar na coagulação, evitando sangramentos espontâneos ou que acontecem por algum trauma. A transfusão de plaquetas tem como objetivo evitar esses sangramentos. O procedimento é realizado a cada 2 ou 3 dias até que a medula óssea volte a funcionar normalmente após a quimioterapia.

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Para doar as plaquetas é necessário:

  • Ter entre 18 e 69 anos;
  • Pesar mais que 50kg;
  • Estar em boas condições de saúde;
  • Não fazer uso de ácido acetilsalicílico (AAS) e anti-inflamatórios.

“Vale lembrar ainda que é fundamental o doador estar bem alimentado e evitar refeições gordurosas. Se houverem sintomas gripais, febre e diarreia, não é possível realizar a doação temporariamente, assim como pessoas que fizeram ingestão de bebida alcoólica no dia da doação, grávidas e mulheres com até três meses após o parto”, diz a Dra Mariana.

Tratamento

Sempre que é falado sobre leucemia, automaticamente é citado o transplante de medula óssea, porém a doutora explica que existem diversos tipos da doença e o tratamento pode variar dependendo do caso. Alguns pacientes necessitam de quimioterapia seguida de transplante de medula, já outros utilizam medicamentos durante toda vida ou ficam em observação clínica.

“Como existem muitos tipos de leucócitos, temos também diversos tipos de leucemias”, diz a doutora. Elas podem ser classificadas como agudas (Leucemia linfóide aguda e Leucemia mieloide aguda) ou crônicas (Leucemia linfocítica crônica e Leucemia mieloide crônica), sendo:

  • Leucemias agudas: geralmente, a multiplicação das células tumorais é rápida e o paciente apresenta sintomas relacionados à anemia e baixa contagem de plaquetas e leucócitos. Os pacientes necessitam de internação para realizar exames da medula óssea, que servem para o diagnóstico e classificação da doença. A partir dos resultados, será feita a escolha do tratamento mais adequado ao paciente. O protocolo para as Leucemias agudas geralmente é realizado com o paciente internado. A Leucemia Linfóide Aguda é mais comum em crianças, enquanto a Leucemia Mielóide Aguda nos adultos.
  • Leucemias crônicas: o aumento das células tumorais é mais lento e, por isso, o paciente pode ser assintomático, sendo a doença detectada apenas em exames de rotina. Os sintomas, quando existem, podem estar relacionados ao aumento de linfonodos, do baço e alteração na produção de glóbulos vermelhos e plaquetas. Além disso, é mais comum em adultos. O tratamento também pode variar, mas, geralmente, é realizado sem necessidade de internação, com uso de medicamentos orais e consultas periódicas. Em alguns casos de Leucemia Linfocítica crônica, não é necessário tratamento, já que a doença pode muitas vezes acompanhar o paciente ao longo dos anos sem maiores complicações.

“Temos que lembrar que nos últimos anos tivemos muito avanços no tratamento das Leucemias, como o desenvolvimento de novas drogas com menor toxicidade, que permitem um tratamento eficaz em pacientes idosos e com comorbidades. São elas: as terapias alvo, que são dirigidas para alterações específicas das células tumorais e a terapia com Car-t cell, em que os linfócitos do tipo T são tratados em laboratório para reconhecer e atacar as células cancerosas, eliminando-as”, comenta Mariana Oliveira.

Outro dado apontado pela oncologista é que as chances de cura podem chegar até 90% no caso de crianças e 50% em pessoas até 60 anos. “Apesar de não existir cura para alguns casos da doença, os tratamentos são eficazes para oferecer uma maior expectativa e qualidade de vida. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para o controle da Leucemia”, finaliza.

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