No dia 8 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher. O mês foi escolhido após um incidente em uma fábrica têxtil de Nova York no dia 25 de março de 1911 levar à morte aproximadamente 130 operárias. Porém, a luta por direitos igualitários para as mulheres começou bem antes, com o primeiro Dia Nacional da Mulher celebrado em maio de 1908 nos Estados Unidos.
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De qualquer forma, desde sempre as mulheres vêm buscando por igualdade de gênero, principalmente no mundo corporativo. Dados revelam que a pressão pode desencadear alguns problemas: cerca de 70% das executivas se consideram uma fraude, problema caracterizado como síndrome do impostor (SI); outras 74% das pessoas do sexo feminino se sentem estressadas por motivos ligados ao trabalho, já os homens são 61%. Esse estresse pode ser caracterizado como da síndrome de burnout (SB).
Essas informações foram obtidas a partir de uma pesquisa da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos e de um levantamento no LinkedIn, uma rede social corporativa. De acordo com Luciene Bandeira, psicóloga e responsável por uma empresa de saúde mental quanto mais o indivíduo convive com sintomas da síndrome do impostor, mais se sente esgotado emocionalmente e indiferente, ou despersonalizado, em relação ao ambiente laboral, características do burnout.
“Assim, a mulher trabalha arduamente, demonstrando interesse e empenhando esforços acima do esperado na tentativa de esconder seu sentimento de falta de capacidade”, destaca.
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A profissional complementa dizendo que as empresas são responsáveis pelo nível de trabalho e os cuidados que as colaboradoras devem ter para não ultrapassar seus limites. “Os RHs das empresas devem estar atentos ao ambiente organizacional e aos aspectos da cultura e do clima. Fomentar o respeito e a valorização da diversidade de gênero, promover equilíbrio e igualdade é um bom começo”.
Um outro número preocupante mostra que as mulheres que são mães e trabalham com funções remuneradas possuem 23% mais chances de desenvolver burnout do que os pais na mesma condição.
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“Esse dado não é coincidência. Há um desequilíbrio claro instalado na sociedade. As mulheres, principalmente as que vivenciam a maternidade, ainda administram diariamente uma lista mais complexa de responsabilidades que os homens, uma combinação clássica de tarefas domésticas não remuneradas associadas ao trabalho profissional pago. Se faltar em aspectos dos cuidados do lar, a mulher é apontada como ruim. Se não der conta de algo do trabalho, é julgada como má profissional. Há muita pressão e cobranças. Agora, se dar conta de tudo isso já é superdesgastante e desafiador, imagina ter que lidar com o mesmo cenário, mas tendo uma síndrome do impostor? A autocobrança se torna uma opressora implacável, que drena toda a energia e vivacidade e, ao final, a mulher adoece”, explica a psicóloga.
Para quem apresenta sintomas ou sofre de alguma dessas condições, Luciene indica o acompanhamento psicológico para lidar com essas situações. “Não há outra forma de lidar com tudo isso se não for por meio do autoconhecimento, do autocontrole, da inteligência emocional e desenvolvimento de estratégias de enfrentamento para fortalecer a resiliência, também conhecidas como coping”, pontua.
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