A tecnologia permite que as pessoas se conectem umas com as outras de diversas formas, proporcionando novas conexões e experiências. Porém, uma questão complexa, consequência desses avanços tecnológicos, é o aumento do sexting.
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De acordo com o site Psychology Today, o termo se refere ao ato de enviar, receber e trocar mensagens e fotos sexualmente sugestivas. A prática é bem comum entre os jovens. A revista médica JAMA Network publicou pesquisas que apontou que quase 15% dos jovens enviaram material sexualmente explícito e mais de 25% o receberam.
Pesquisadores irlandeses analisam um conjunto de pesquisas sobre sexting para entender melhor a tendência. A revisão inclui dados de 54 estudos publicados entre 2012 e 2021 e busca responder questões como: o sexting leva a traumas no relacionamento de namoro? Existem benefícios no sexting para os jovens?
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Impactos
Após a análise, os pesquisadores descobriram que as consequências do sexting são complexas e dependentes de situações individuais. Conforme informado pelo Psychology Today, a pesquisa mostra que o sexting está relacionado com traumas e violências. Os jovens que fazem a prática são três vezes mais propensos a sofrer vitimização emocional e também são mais propensos a sofrer violência no relacionamento amoroso.
Um outro dado descobriu que jovens que enviaram fotos e vídeos sexualmente sugestivos têm cinco vezes mais chances de sofrer cyberbullying. Outros aspectos também fazem ligações significativas entre o sexting e o cyberbullying.
Além do cyberbullying, a prática também está ligada à saúde mental. Os jovens que praticam sexting são mais propensos a sofrer de depressão e ansiedade. Existem algumas evidências que sugerem que essas consequências negativas para a saúde mental estão ligadas ao sexting não consensual. Já os participantes que enviaram materiais explícitos voluntariamente e sem pressão não sofreram consequências negativas para a saúde mental.
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Outro ponto levantado pelo estudo revela que há evidências de que o sexting está relacionado com o início precoce da atividade sexual entre os jovens, com múltiplos parceiros e envolvimento em comportamentos sexuais de risco, como sexo desprotegido. Além disso, a revisão dos estudos mostra que o envio de mensagens e fotos sensuais afeta mais as mulheres, com a reputação delas sendo impactadas negativamente pelo sexting, gerando sentimentos de desdém por parte dos adultos e parceiros.
“É perfeitamente normal que os adolescentes explorem sua sexualidade e o interesse por imagens nuas ou sugestivas é humano e antigo. Precisamos ajudar os jovens a entender que fotos sensuais podem durar mais do que um flerte ou relacionamento e podem ser compartilhadas de maneiras que podem ser prejudiciais. E tão importante quanto isso, vamos passar a mensagem de que consentimento, conexão e respeito são os pontos de partida para todas as coisas boas do sexo, diz Karen Schantz da ACT for Youth.
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