A vacina Shingrix contra a herpes-zóster, da farmacêutica GSK, começa a chegar às clinicas particulares do Brasil. Até então, a população contava apenas com o imunizante da MSD, recomendada para um público distinto. Assim, algumas dúvidas quanto à necessidade de sua aplicação e seus benefícios têm sido bem comuns.
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O Metro World News conversou com Amanda Reis, gerente de imunizações da Beep Saúde, startup voltada à saúde domiciliar. A especialista esclareceu que agora qualquer adulto com mais de 18 anos com maior risco de contrair a doença pode tomar a nova vacina, mas lembrou que os diferenciais do imunizante da GSK não param por aí.
“Estatísticas mostram que a nova vacina inativada, além do perfil de segurança, demonstrou taxas de eficácia acima de 90%. Além do mais, pessoas com imunocomprometimento, ou seja, mais suscetíveis a risco para a doença, não tinham acesso à proteção e, a partir de agora, passam a ser público-alvo para a vacinação, o que até então era inviável com uma vacina atenuada”, disse.
Amanda aponta que todos os indivíduos que possuam algum imunocomprometimento, seja por doença ou por alguma terapia medicamentosa, têm maior risco de desenvolver a herpes-zóster e, por isso, deveriam se vacinar. Pessoas que vivem com HIV/Aids, pacientes com câncer, em uso de drogas imunossupressoras e transplantados, por exemplo, fazem parte desse grupo.
De maneira geral, pessoas acima dos 50 anos, independentemente de outras condições médicas, têm indicação para tomar a vacina.
“Com o envelhecimento, é natural que o sistema imunológico também envelheça e a função imunológica apresente um declínio progressivo. Por isso, com o passar dos anos, os idosos passam a ser considerados grupos de risco, ou seja, mais suscetíveis a infecções, e também passam a ter uma resposta vacinal reduzida. Essa condição natural é também conhecida como imunossenescência”, explica a gerente da Beep.
Sintomas da herpes-zóster
A herpes-zóster causa bolhas e vermelhidão que geralmente afetam apenas um dos lados do corpo, seguindo o caminho de algum nervo. “Esse caminho que se desenha na pele faz o desenho semelhante a uma cobra e, por esse motivo, a doença é popularmente conhecida como cobreiro”, explica Amanda.
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As regiões mais afetadas costumam ser tronco, costas ou barriga, causando coceira, dor, formigamento ou queimação nas áreas afetadas. Em alguns casos há complicações e órgãos importantes podem ser atingidos, como os olhos, podendo levar à cegueira.
“O maior incômodo relatado pelos pacientes é a dor, que pode se prolongar mesmo após o desaparecimento das lesões, causando a conhecida neuralgia pós-herpética”, completa.
Vale o investimento?
As vacinas contra herpes-zóster não estão no PNI (Programa Nacional de Imunização) e, por isso, só podem ser aplicadas em clínica particulares. Seu valor, infelizmente, não é acessível a todos. A imunização completa, com duas doses, chega a custar R$ 1.686.
Para Amanda destaca que a decisão de tomar a vacina deve ser tomada com base nos perigos da doença. “Pensando nos riscos que a herpes-zóster representa, como cegueira, dor crônica que atrapalha ou muitas vezes impossibilita atividades rotineiras e, em alguns casos, o fato de não conseguir dormir ou até mesmo receber um simples toque, certamente vale o investimento”, opina.