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Agosto Verde incentiva combate à leishmaniose; saiba como proteger seu pet

Doença não tem cura, mas conta com tratamento; humanos também podem se infectar

Saiba como proteger seu pet da leishmaniose
Saiba como proteger seu pet da leishmaniose (Divulgação/Pixabay)

A campanha Agosto Verde incentiva o combate à leishmaniose, uma doença infecciosa causada por parasitas do gênero Leishmania, transmitidos principalmente por meio da picada de mosquitos pequenos, de hábito crepuscular e noturno, chamados flebótomos. A mazela pode afetar pessoas e animais de estimação, como os cachorros.

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Existem dois tipos de leishmaniose: a visceral, que acomete os órgãos internos, e a cutânea, que agride as mucosas e a pele. “A mais comum nos cachorros é a visceral. A transmissão da doença acontece principalmente quando os flebótomos se alimentam de sangue. Quando esse inseto pica o animal infectado, ele se infecta e transfere o protozoário ao picar o humano. Isso quer dizer que o cão é o principal reservatório do protozoário, mas é importante lembrar que ele não transmite a doença diretamente para as pessoas”, explica Kathia Almeida Soares, médica veterinária e coordenadora técnica pet da MSD Saúde Animal.

Embora os cães sejam considerados reservatórios primários, outras espécies já foram implicadas na epidemiologia da doença. “Em áreas endêmicas para a leishmaniose canina, existe a prevalência em gatos e geralmente as condições clínicas da doença aparecem em animais com infecções concomitantes”, diz a especialista.

Prevenção

Embora períodos de temperaturas elevadas e de maior umidade possam refletir em um aumento do número de casos, a doença demanda preocupação o ano inteiro, sendo fundamental sua prevenção.

Assim, aconselha-se o uso de produtos tópicos com ação repelente, como coleira antiparasitária para cães à base de deltametrina, e a vacinação.

Além disso, a veterinária reforça a importância da limpeza da casa, que deve estar livre de matéria orgânica, pois é onde o mosquito transmissor se prolifera, e ainda alguns cuidados adicionais, como utilizar telas de proteção, principalmente no local em que o pet mais fica; evitar passear com o cão ao entardecer e à noite, quando o mosquito transmissor é mais ativo; e seguir sempre as orientações do médico veterinário.

Sintomas

De acordo com Kathia, na leishmaniose visceral as principais manifestações clínicas são perda de sangue por meio das fezes e do nariz, febre, vômitos, diarreia, perda de peso, alterações dermatológicas e desidratação. Já a leishmaniose tegumentar, também conhecida como cutânea, a doença se manifesta por meio de lesões na pele do animal.

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“O diagnóstico muitas vezes não deve ser baseado em um único exame, e é importante reforçar que o médico veterinário é o único profissional habilitado a fazê-lo de forma assertiva”, diz a especialista. “A visita periódica à clínica veterinária é essencial, já que muitos cães podem estar infectados pelo protozoário e o tutor não perceber”, completa.

Tratamento e informação

Médico-veterinário é o único que pode orientar tratamento correto
Médico-veterinário é o único que pode orientar tratamento correto (Freepik/Divulgação)

Apesar de não ter cura, a leishmaniose tem tratamento à base de medicamentos que aliviam as manifestações clínicas e reduzem as chances de transmissão do parasita a outros animais e humanos.

A médica veterinária acredita que, infelizmente, o abandono em virtude da doença ainda aconteça, mas que nos dias de hoje não seja algo comum. “Considero dois fatores: a relação dos seres humanos com os pets que é cada vez mais estreita, sendo os mesmos considerados membros da família, e o fato do maior acesso à informação, permitindo aos tutores entender melhor a doença”, aponta.

Kathia completa: “Quanto mais as pessoas souberem sobre o assunto, melhor. A conscientização é fundamental para que as pessoas conheçam a doença, saibam como realizar a prevenção e tenham conhecimento que um animal infectado pode ser tratado, havendo cura clínica e possibilitando que ele viva com qualidade”.

Leishmaniose em humanos

Vale dizer que, nos humanos, a leishmaniose também pode ser visceral ou cutânea.

A visceral afeta os órgãos das vísceras, como o baço e o fígado, além da medula óssea. Os sintomas incluem febre, tosse, dor abdominal, anemia, hemorragias, imunodeficiência, perda de peso, diarreia, fraqueza, aumento do fígado e do baço e inchaço nos linfonodos. Se não for tratada, pode evoluir e causar o óbito do paciente.

Já leishmaniose cutânea causa feridas na pele, que podem evoluir para feridas nas mucosas, como a boca e o nariz. São avermelhadas, ovaladas e com bordas delimitadas, podendo aumentar de tamanho até formar uma ferida com crosta ou secreção.

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