O consumo de alimentos ultraprocessados traz diversos riscos, como alertam cientistas de todo o mundo há alguns anos. Mas pesquisadores estadunidenses descobriram que eles também podem afetar a memória de pessoas idosas.
Segundo a revista Galileu, uma equipe da Universidade de Ohio fez alguns testes em cobaias animais e percebeu que dietas ricas em gorduras e açúcares - base dos ultraprocessados - prejudica o sistema cognitivo em indivíduos mais velhos.
A observação foi feita através da análise de animais jovens e idosos separados em dois grupos: um com uma dieta normal e outro com dieta rica em carboidratos refinados.
Ao comparar o desempenho das cobaias, perceberam que quem recebia comida ultraprocessada se saía pior nas tarefas que avaliavam a memória. Ao mesmo tempo, os cientistas também notaram inflamações no cérebros destes indivíduos.
“Os efeitos do consumo dos ultraprocessados em relação à obesidade e às doenças cardiovasculares e metabólicas, como diabetes, são bem documentados. Mas ainda não temos tantos estudos sobre prejuízos cognitivos. Esses dados reforçam a importância do cuidado integrado para atuar no nível preventivo e evitar problemas de saúde”, disse o nutrólogo Diogo Toledo à Galileu.
Os autores da pesquisa descobriram também que o uso de suplementos de ômega-3 ajudava a amenizar os prejuízos da alimentação ruim.
“Mas a suplementação só deve ser feita sob orientação profissional após avaliação de cada caso”, alertou Toledo.
O que são ultraprocessados
São os alimentos que passam por grandes transformações na indústria, perdendo propriedades dos ingredientes originais. Também recebem corantes e conservantes.
Alguns exemplos são bolachas, embutidos, refrigerantes, entre outros.
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