A cidade de São Paulo registrou nesta semana mais uma morte por meningite. A vítima é um jovem de 22 anos que morava na Zona Norte. Ao todo, a Capital já soma 10 óbitos e mais de 50 registros da doença desde o começo do ano. Mas afinal, o que caracteriza a mazela e como preveni-la?
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O Metro World News conversou com Olavo Munhoz Leite, médico infectologista e professor da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), para esclarecer as principais dúvidas sobre a meningite. Antes de mais nada, é preciso saber que se trata de uma inflamação das membranas que protegem o nosso cérebro - as chamadas meninges.
“As meninges podem se inflamar por infecção ou por outras doenças não infecciosas. Quanto às infecciosas, as mais frequentes são as causadas por vírus. Em geral, os vírus causam quadro agudo que se cura sozinho, mas alguns vírus podem causar doença grave, como o vírus do grupo herpes 1″, explica o médico.
Existem também as meningites bacterianas, que são mais graves. “Os pacientes precisam ser internados para tratamento com antibióticos endovenoso. Entre estas bactérias, o pneumococo é o mais frequente, mas, em algumas situações, a bactéria meningococo pode levar a surtos, ou seja, ao aumento do número de casos fora do esperado, ou até um cenário endêmico, quando ocorre um aumento em várias regiões, como o surto atual”, acrescenta.
A transmissão ocorre de pessoa para pessoa, através de secreções respiratórias (saliva, espirro e tosse). Assim, o uso de máscaras de proteção facial quando há sintomas é adequado.
E por falar em sintomas...
Leite afirma que sintomas da meningite incluem febre, mal estar seguido de dores de cabeça, náuseas, vômitos e algumas vezes manchas no corpo.
O infectologista explica que a meningite meningocócica é mais frequente em crianças. O número de adultos contaminados aumentou, porém, por diminuição da cobertura vacinal nos adolescentes e crianças, como vem ocorrendo nos últimos 10 anos como várias vacinas.
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Vale dizer que a meningite não é uma doença sazonal, mas pode predominar em alguns períodos dependendo número de suscetíveis, ou seja, de pessoas que não foram vacinadas. A vacina, aliás, é indicada na infância com reforço na adolescência.
“No surto atual optou-se por vacinar os comunicantes da região onde houve o surto, delimitando um perímetro para vacinar. Os profissionais de saúde também estão sendo vacinados”, completa.