Em algum momento da sua vida você já deve ter escutado alguém falar a expressão “arrancando os cabelos”, quando quer se referir a uma situação que causa extremo nervoso e desconforto. O que nem todo mundo sabe é que essa expressão transmite a realidade de pessoas que lutam contra a tricotilomania, uma condição que literalmente faz as pessoas arrancarem os próprios cabelos.
Compartilhando sua experiência com a doença e mostrando como conseguiu superar essa condição, a modelo Isabela Reda utiliza seu perfil no TikTok para mostrar o crescimento dos cabelos após sua luta contra a tricotilomania.
Segundo o Glamour, Isabela decidiu dividir com os seguidores a sua luta contra a condição, passando a alertar e auxiliar outras pessoas que passam pelo mesmo problema.
Para ela, os primeiros sintomas começaram com um relato da mãe, que afirmou arrancar alguns fios de cabelo que tinham uma “textura diferente”. “Eu devia ter uns 13 ou 14 asnos e comecei a reparar e arrancar os fios diferentes”.
Com histórico de ansiedade, ela trocou o hábito de roer as unhas pelo de arrancar os fios do cabelo, e desde então luta para conseguir controlar os impulsos.
“Decidi parar várias vezes, tentei sozinha, mas não conseguia. Quando eu vi, minha mão estava na cabeça e eu não tinha controle, era involuntário. Foi uma psicóloga que me ajudou a parar”, explica.
O que é a Tricotilomania?
Tricotilomania é o nome dado ao hábito de puxar e arrancar repetitivamente os fios de cabelo. Pode ser considerado um impulso que leva a pessoa a arrancar os cabelos e pelos corporais.
Segundo Luciana Passoni, médica dermatologista especialista em cabelos, a tendência maior da tricotilomania é acontecer em pacientes mulheres. “Tem um fator emocional muito forte. Não é uma tendência genética, mas sempre tem um gatilho emocional, ansiedade ou estresse pós-traumático”.
Com a repetição do hábito de arrancar os cabelos, é comum que pacientes com essa condição apresentem falhas em diferentes regiões do corpo, como cílios, sobrancelhas e couro cabeludo.
Tratamento e recuperação
Apesar de ter tratamento, a tricotilomania não tem cura já que se trata de um transtorno comportamental. Neste caso é necessário fazer um acompanhamento constante para a recuperação dos fios e para evitar novos episódios.
Em fala ao Metro, o terapeuta capilar Fernando Aguiar comentou sobre o assunto e explicou que existe a possibilidade de recuperação dos fios nas áreas afetadas, mas ela depende de um bom acompanhamento multidisciplinar.
“A tricotilomania geralmente resulta em áreas de calvície, é a chamada alopecia por tração que também pode ser causada pelo hábito de trançar ou prender os cabelos constantemente. Os danos emocionais também favorecem a queda de cabelo”, afirma.
“É importante buscar ajuda de um profissional especializado em saúde mental para avaliar e propor um tratamento adequado, que elimine a causa do problema. Também é fundamental a ajuda de um tricologista e de um terapeuta capilar, pois em muitos casos é possível que os fios arrancados cresçam novamente com a interrupção do comportamento compulsivo e o tratamento adequado”.
Neste ponto, é necessário que cada caso seja avaliado de forma individual, levando em conta o histórico pessoal para traçar estratégias de recuperação dos cabelos. Além disso, para a recuperação plena, deve ser levada em consideração a saúde e os cuidados do couro cabeludo e questões de ordem médica.
“Os cuidados com o couro cabeludo garantem um ambiente saudável para o crescimento do cabelo, evitando irritações e inflamações. Além disso, hábitos como uma alimentação saudável e redução do estresse podem auxiliar na recuperação”, reforça Fernando.
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