O verão chegou e, com ele, as altas temperaturas e dias de muito sol. Apesar do mito de que a pele preta não precisa do uso de protetor solar, Thiago Liguori, CMO (Chief Medical Officer) da Pipo Saúde, alerta que essa crença pode ser muito perigosa. Uma pesquisa da Academia Americana de Dermatologia mostra que esse tipo de público tem incidência menor de câncer de pele em comparação com indivíduos de pele mais clara. No entanto, quando diagnosticado, a tendência é que a doença esteja em estágios mais avançados.
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Segundo Liguori, a melanina é uma defesa essencial contra os raios ultravioleta (UV). “Pessoas de pele preta possuem uma maior concentração de melanina, o que lhes confere um certo nível de proteção natural contra os danos solares. Mas está longe de ser uma barreira completa contra os efeitos nocivos do sol”, ressaltou.
O especialista explica que, quando expostas ao sol, as peles reagem aumentando a produção de melanina, o que resulta no processo conhecido, e muito desejado nesta época do ano, como bronzeamento. E, embora o bronzeado seja um indicativo de uma resposta protetora do corpo, ele não é infalível. “Tome cuidado: pele bronzeada não é igual a pele saudável”, alerta.
“Sem a proteção adequada, a pele pode absorver mais raios UV do que pode ‘manejar’, levando a queimaduras de sol. Estes danos se manifestam através de vermelhidão e ardor, indicando inflamação e desidratação da pele. Isso sublinha a importância de uma proteção solar complementar, mesmo para aquelas peles que naturalmente possuem mais melanina”, diz Liguori.
Ele ressalta que o tempo seguro de exposição ao sol varia conforme o tom de pele. Para pessoas de pele branca, recomenda-se um limite de 15 a 20 minutos de exposição direta, enquanto pessoas de pele preta podem permanecer expostas por 30 a 40 minutos.
“No entanto, esses limites não substituem a necessidade do uso de produtos que oferecem proteção solar, que devem ser aplicados regularmente e em quantidade suficiente. O uso de protetor solar é crucial para prevenir queimaduras de sol, envelhecimento precoce da pele, manchas e, mais seriamente, o risco de câncer de pele.”
Outro mito altamente compartilhado é sobre o Fator de Proteção Solar (FPS), que gera equívocos sobre sua real função. “O FPS é um indicativo essencial na escolha do protetor solar, mas sua interpretação vai além do simples número estampado na embalagem. Ao contrário do que muitos pensam, o FPS não representa a quantidade de raios solares bloqueados ou o quanto a sua pele estará protegida, mas sim por quanto tempo. O FPS funciona multiplicativamente, indicando o tempo adicional de proteção proporcionado pelo protetor solar.”
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Assim, Liguori explica que o FPS 30 oferece proteção por 30 vezes mais tempo, totalizando 150 minutos; o FPS 40 estende a proteção por 40 vezes, alcançando 200 minutos e o FPS 60 proporciona 50 vezes mais tempo de proteção, equivalente a 250 minutos. “E é fundamental compreender que o FPS não é um escudo absoluto. Sua eficácia é influenciada por fatores como suor, água e atritos, que podem reduzir o tempo de proteção. Portanto, a reaplicação frequente é crucial para manter uma defesa efetiva contra os danos causados pelo sol”, diz.
O especialista ressalta que a educação sobre a saúde da pele e a importância do protetor solar deve ser amplamente divulgada, quebrando mitos e promovendo hábitos saudáveis de exposição ao sol. A conscientização é a chave para a prevenção de danos a longo prazo, assegurando que todos possam desfrutar do sol com segurança e saúde.
“Independentemente do tom de pele, a proteção solar é essencial. Proteja-se e desfrute do sol com consciência”, conclui ele.