O LEGO, um brinquedo que atravessa gerações, tem se mostrado uma ferramenta terapêutica eficaz para adultos que enfrentam traumas. Originalmente voltado para crianças, o brinquedo de montar também possui linhas desenvolvidas para o público adulto, permitindo que pessoas com traumas emocionais utilizem essa atividade lúdica como parte de sua terapia.
Ao manipular as peças de LEGO, os pacientes conseguem se concentrar em uma tarefa que exige criatividade e precisão, o que os ajuda a desviar a atenção dos gatilhos que provocam ansiedade ou sofrimento. Segundo a psicóloga clínica Jay Watts, da University of London, essa prática permite que os pacientes redescubram a alegria na criação e na brincadeira, proporcionando uma sensação de segurança e controle sobre suas emoções.
O papel do LEGO na terapia para superação de traumas
A abordagem terapêutica com LEGO não promete curar completamente os traumas, mas atua como uma metáfora para a vida: com paciência e persistência, todas as peças eventualmente se encaixam. Quando uma pessoa passa por um evento traumático, o cérebro pode perder a capacidade de encontrar prazer em atividades simples, como brincar ou criar. No entanto, ao montar um conjunto de LEGO, o indivíduo é incentivado a se engajar em um processo que requer atenção plena e foco, permitindo que suas emoções se reorganizem de maneira mais saudável.
Pacientes que utilizaram LEGO em suas terapias relataram benefícios significativos. Sofie Furio, uma ex-militar diagnosticada com Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) após 24 anos de serviço na Força Aérea dos EUA, encontrou no LEGO uma forma de reprogramar seu cérebro. Para ela, a construção com as peças ajuda a lidar com distrações e frustrações causadas pelo trauma, proporcionando uma maneira de se reconectar com os outros e consigo mesma.
Outro paciente, que preferiu não se identificar, também usou LEGO para lidar com os efeitos do TEPT. Ele compartilhou que a atividade de montar LEGO lhe permite desacelerar e estar presente, uma experiência que não conseguiu encontrar em outras práticas terapêuticas.
Fonte: The Canary