Estilo de Vida

Descubra os mitos e verdades sobre o uso de plantas medicinais e fitoterápicos, segundo especialista

A biomédica Lígia Maria Micai Gomide explica tudo o que você precisa saber sobre o assunto

Plantas medicinais
Reprodução/Pexels (pexels.com)

Há muitos anos, as plantas medicinais têm sido usadas com finalidades medicinais, servindo como alternativas complementares para o tratamento de diversas doenças, ganhando reconhecimento na ciência moderna por meio da fitoterapia.

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De acordo com Lígia Maria Micai Gomide, graduada em biomedicina e docente do Centro Universitário Facens, “as plantas medicinais possuem inúmeras substâncias e, se preparadas e administradas de forma correta, trazem benefícios ao organismo. Mas como cada indivíduo faz o preparo da planta de forma diferente, com quantidades variadas, não é possível ter o controle da dose usada”.

Já os fitoterápicos, de acordo com a profissional, “são medicamentos feitos com plantas medicinais, regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os quais são preparados de forma padronizada e distribuídos em diferentes formas farmacêuticas, como comprimidos, extratos ou xaropes”.

Ainda segundo a biomédica, o uso de plantas medicinais ou fitoterápicos faz parte das Práticas Integrativas e Complementares (PICs), implementadas no Sistema Único de Saúde (SUS), e deve complementar tratamentos com bases mais sólidas, visando garantir a segurança para comercialização e uso de pacientes.

Isso porque, há vários estudos que comprovam a eficácia de alguns fitoterápicos, “mas ainda há falta de padronização nas metodologias experimentais e a necessidade de purificar as moléculas presentes nas plantas para identificar qual substância é responsável por determinado efeito”, explica Lígia.

Mas, afinal, o que é mito e o que é verdade?

A fitoterapia formou no imaginário de diversas pessoas mitos e verdades a respeito do uso de plantas para tratamentos médicos. Lígia explica alguns desses pontos:

O que é natural não faz mal: mito. “Muitas delas podem, por exemplo, interagir com medicamentos, aumentando ou reduzindo seus efeitos, e várias possuem propriedades abortivas, não devendo ser usadas por mulheres grávidas”, declara a biomédica.

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Medicamentos convencionais são completamente sintéticos: mito. Lígia explica que muitos medicamentos convencionais são produzidos a partir do princípio ativo de plantas, como a aspirina (ácido acetilsalicílico). A profissional ainda destacou que existem diferenças entre um medicamento convencional e um medicamento fitoterápico.

“Mesmo que o medicamento convencional seja produzido a partir de um princípio ativo derivado de uma planta, ele não é um medicamento fitoterápico, visto que houve um processo de separação de moléculas para a produção do fármaco, o que não ocorre para a produção de um medicamento fitoterápico”, explica.

Plantas medicinais possuem o mesmo valor científico que os medicamentos convencionais: mito. “Para que uma evidência científica seja construída, inúmeros estudos são realizados de forma padronizada, com metodologias fundamentadas e detalhadamente descritas, além de ensaios em animais e humanos, até que se comprove a segurança do produto que está sendo estudado”, diz.

Alho e gengibre auxiliam no tratamento de doenças: Lígia destaca a importância de insumos naturais que tiveram sua eficácia comprovada pela ciência e menciona exemplos de plantas como o alho, que possui propriedades antimicrobianas bem documentadas contra vários tipos de microrganismos, e o gengibre, amplamente utilizado por suas propriedades antieméticas em pacientes com náuseas induzidas pela quimioterapia. “Inclusive, há um estudo brasileiro de revisão de literatura que descreve o uso do gengibre como terapia complementar em pacientes em tratamento contra o câncer”, declara.

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